Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, conseguiram melhorar o sistema de digitação controlada por pensamento e agora é possível escrever 90 caracteres por minuto, mais que o dobro da velocidade anterior. A ideia do grupo com a atualização na interface cérebro-computador é ajudar pessoas com paralisia a se comunicarem.
Para conseguir chegar ao sistema melhorado, os cientistas exploraram a atividade cerebral de um paciente paralisado do pescoço para baixo. Eles decodificaram sinais do cérebro ligados à escrita a mão. O homem se imaginava segurando uma caneta sobre um pedaço de papel e depois tentava escrever.
O artigo contendo a pesquisa foi publicado na revista científica Nature. “Interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês) pode restaurar a comunicação de pessoas que perderam a capacidade de se mover ou falar. Até agora, o foco das pesquisas em BCI tem sido a restauração de habilidades motoras grossas, como alcançar e agarrar ou digitar apontar e clicar com um cursor de computador”, diz o início da publicação.
Mas, os pesquisadores perceberam que a caligrafia e a digitação permitem taxas mais rápidas de comunicação. “Desenvolvemos um BCI intracortical que decodifica movimentos de escrita à mão tentados a partir da atividade neural no córtex motor e os traduz em texto em tempo real, usando uma abordagem de decodificação de rede neural recorrente”, segue o texto.
Cerca de 200 eletrodos foram implantados no córtex pré-motor do paciente detectava a atividade de quando ele começava a pensar que estava escrevendo. O padrão da atividade cada letra do alfabeto era decodificado por um algoritmo, Assim, os padrões eram traduzidos para aparecer em uma tela. Letras semelhantes, como p e b ou h, n e r, eram agrupadas e símbolos eram usados para pontuação.
Usando o novo sistema “cérebro-para-texto”, o homem respondeu a perguntas tentando escrever cada letra das respostas. Em um programa anterior, ele era capaz de selecionar letras com um cursor controlado por pensamento. Mas, a mudança permite que ele digite mais de duas vezes mais rápido, dando o novo recorde mundial de digitação com a interface.
A quantidade de letras digitadas pelo paciente em um minuto é bastante similar à velocidade de digitação de uma pessoa da faixa etária dele em um smartphone. Para quem usa os dispositivos comumente, a quantidade de caracteres por minuto é de 115. A precisão do novo sistema BCI é de 94% de acerto.
Via: Boing Boing