Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Inteligência artificial – Especialistas pedem em carta pausa na IA

O bilionário Elon Musk e mais de mil especialistas as­sinaram na quarta-feira, 29 de março, um apelo por uma pausa de seis meses nas pes­quisas sobre sistemas avança­dos de inteligência artificial (IA). A carta aberta destaca que o avanço desenfreado da tecnologia representa “grandes riscos para a humanidade”.

Na petição, publicada no site futureoflife.org, eles pedem um prazo até que sejam estabe­lecidos sistemas de segurança com novas autoridades regula­tórias, vigilância de sistemas de IA, técnicas que ajudem a dis­tinguir entre o real e o artificial e instituições capazes de fazer frente às “dramáticas pertur­bações econômicas e políticas (especialmente para a demo­cracia) que a IA irá causar”.

Assinam a carta personali­dades que expressaram medo de uma IA incontrolável superando os humanos, como Musk, dono do Twitter e fundador da Spa­ceX e da Tesla, e o historiador Yuval Noah Harari. Sam Alt­man, CEO da OpenAI, startup criadora do ChatGPT, reconhe­ceu ter “um pouco de medo” de que sua criação seja usada para “desinformação em grande es­cala ou ataques cibernéticos”.

“Nos últimos meses, vimos como os laboratórios de IA se lançaram em uma corrida des­controlada para desenvolver e implantar cérebros digitais cada vez mais potentes que ninguém, nem mesmo seus criadores, podem entender, prever ou controlar de maneira confiável”, afirma a carta.

“Devemos permitir que as máquinas inundem nossos ca­nais de informação com pro­paganda e mentiras? Devemos automatizar todos os trabalhos, incluindo os gratificantes? (…) Devemos arriscar perder o con­trole de nossa civilização? Essas decisões não devem ser delega­das a líderes de tecnologia não eleitos”, conclui o texto.

Os signatários incluem o cofundador da Apple, Steve Wozniak, membros da Deep­Mind, startup de IA do Goo­gle, o diretor da startup Stabi­lity AI, Emad Mostaque, bem como especialistas e acadêmi­cos americanos de IA e enge­nheiros executivos da Micro­soft, parceira da OpenAI.

Riscos
Desde que o ChatGPT foi lançado no último mês de no­vembro, os possíveis riscos da tecnologia passaram a ser deba­tidos com intensidade em todo o mundo – especialistas preveem uma grande desestabilização do mercado de trabalho, incluindo ocupações de nível superior.

Além disso, existem temo­res de que a humanidade esta­ria próxima da “singularidade” (nome dado ao fenômeno que descreve o suposto despertar da consciência das máquinas), algo refutado por especialistas na área. Na semana passada, pesquisadores da Microsoft pu­blicaram um estudo que afirma que o GPT-4, novo “cérebro” do ChatGPT, dá sinais de apresen­tar “capacidade humana”.

As afirmações foram refu­tadas por diferentes nomes da área, incluindo Gary Marcus, professor da Universidade de Nova York. Há também temores sobre a sofisticação na criação de fake news – no último final de semana, uma imagem do papa Francisco gerada por IA virali­zou nas redes sociais e levantou dúvidas sobre sua veracidade.

Impacto
Apesar das boas intenções, a carta deve ter poucos efeitos práticos para frear o desen­volvimento da tecnologia, se­gundo especialistas. “Pegue a história do desenvolvimento das armas nucleares e veja se houve pausa. Todas as gran­des nações e empresas vão desenvolver porque dá lucro e competitividade. E há o medo de que se ele não desenvolver o concorrente ou país inimigo vai”, diz Reinaldo Bianchi, pro­fessor do Centro Universitário da FEI.

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