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Inteligência Artificial – Empregos e Terremotos nas nuvens

Empregabilidade nos tempos da Inteligência Artificial
Quero fechar o assunto da empregabilidade no mundo com Inteligência Artificial dizendo que nem todos irão perder o emprego na próxima semana, nem que os empre­gos vão sumir de vez. Na verdade, como aconteceu em toda revolução econômica na História, ocorrerá uma “arrumação tectônica” em todo o sistema econômico mundial. Processos industriais e corporativos serão reestruturados, relações econômicas globais e locais serão afetadas e reorganizadas, da mesma forma que acontecerá com as relações trabalhistas e sociais. O mesmo pode ser aplicado para a Educação formativa, com profissões consideradas atualmente como essenciais sendo colocadas em segundo plano e outras que ainda não existem, surgirão com força num mercado de trabalho redesenhado. Assim sendo, calcula-se a perda, em dez anos, de um bilhão de vagas no mundo todo. Porém, também se tem a previsão da criação de mais de um bilhão e duzentos milhões de novas vagas, que substituirão as perdidas, com novas funções.

Esse redesenho trará aumento da competitividade, tanto entre empresas ligadas aos setores com maior dependência da informática, quanto entre os pro­fissionais que nelas trabalham. Criatividade, capacidade de trabalhar em equipe, liderança, proatividade e renovação constante de conhecimento na área específica, serão as características exigidas dos profissionais nos próximos anos. Dessa manei­ra, funções em que a habilidade em conhecer “softwares” específicos para determi­nados trabalhos, deixarão de ser necessárias e serão extintas. Em seu lugar virão as funções cuja habilidade exigida é a capacidade instrutiva e analítica. Por exemplo, um diretor de arte de uma agência publicitária, poderá criar com sua equipe, toda uma campanha, com imagens, textos e vídeos, sem necessidade de sair de sua em­presa. Bastará saber explanar para um “bot” o que deseja e de que forma quer isso. Em pouco tempo terá todo o material pronto para apresentar a seu cliente.

Portanto, se você está empregado ou busca emprego, fique bem atento com as mudanças que estão acontecendo em sua área. Busque atualização constante, para manter sua empregabilidade alta. Hoje, o velho ditado “cobra que não anda, não engole sapo” é mais atual que nunca.

Microsoft provoca ‘terremoto nas nuvens’
Não adiantou o choro do bilionário Elon Musk pedindo para que fossem tomadas medidas para segurar por um tempo o desenvolvimento da Inteligência Artificial. A gigantesca Microsoft não deu ouvidos a ele. Como já havia feito quan­do liberou para testes o seu ChatGPT, decidiu dar mais alguns passos para ficar à frente das “Big Techs” concorrentes.

Primeiro disponibilizou o Bing, que incorpora o ChatGPT e o criador de imagens Dall-E para degustação em seu navegador Edge. Se você quiser conhecê-lo, entre em Bing.com e poderá usar os dois “bots” e ver como funcionam. A segunda grande tacada da empresa estadunidense foi a compra, por 69 bilhões de dólares, da produtora de games por “streaming” Activision Blizzard, que tem em seu menu jogos como “Call of Duty” e “World of Warcraft”, campeões de acesso pelos aficionados.

Além disso, anuncia para breve a incorporação total do Bing ao seu navega­dor: “O novo Bing terá uma busca aprimorada, fornecerá respostas mais completas e oferecerá uma nova experiência de chat, além de ser capaz de gerar conteúdo. O Bing também terá uma ferramenta chamada Bing Image Creator, que poderá criar imagens usando a inteligência artificial do DALL-E. O novo Bing estará disponível na barra lateral do Edge, no mesmo botão do Bing, e também na busca do Win­dows 11 e Windows 10”. Como se vê, não está para brincadeira.

E para cutucar de vez a dona do Google, que produz o Android, anda con­versando com a Samsung para substituir o sistema nativo dos “smartphones” por outro sistema operacional baseado no Bing. Assim ficaria à frente no mercado de navegadores e buscadores, nos chats inteligentes, na criação e manipulação de imagens, no rentabilíssimo mundo do “streaming” de games e a até mesmo nos “smartphones”. Com todos esses movimentos, a empresa mostra que quer se tornar, em pouco tempo, hegemônica também no mundo virtual.

A Alphabet, proprietária do Google, que também participou do pedido de carência para o desenvolvimento da IA, sentiu o golpe e anunciou a fusão de seu departamento de pesquisas de IA, o Google Brain, responsável por toda a engenharia de software do Google com a empresa DeepMind, adquirida em 2014. Esta nova empresa será responsável pelo desenvolvimento mais rápido do Bard, o “chatGPT do Google” e a sua integração total com o navegador atual.

Quanto a Elon Musk, sua preocupação maior agora parece ser a sua rede de micro- satélites para tráfego de dados, a Starlink. A concorrente ViaSat, uma das pioneiras nesse ramo, vai lançar o primeiro dos três satélites que conectarão o mundo todo, ainda este ano. Esse primeiro satélite cobrirá as Américas, Brasil in­cluso, oferecendo banda larga em qualquer lugar do continente. Por ironia ou por ser apenas “negócios como sempre”, é a SpaceX, empresa de Musk, a responsável pelo foguete que colocará o satélite da concorrente no espaço.

Um grande abraço a todos os trabalhadores pelo seu dia. Semana que vem tem mais.

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