Tribuna Ribeirão
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Institucionalizar a mentira é coisa de criminosos! 

José Eugenio Kaça *  
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A construção da sociedade brasileira se alicerçou em cima de falcatruas e crimes, que enriqueceram e criaram privilégios intransponíveis para proteger os donos do poder, e essa política predatória e segregadora definiu o destino da população pobre, pois além de servir e não participar da festa tem que ser um eterno servidor, e pagar a conta sem reclamar e assim se fez.  
 
A classe subalterna, sempre foi subjugada pelos dogmas religiosos e pelos sofismas dos donos do poder. A Igreja garantia o reino de Deus para os pobres cativos, já os donos do poder plantavam a esperança de que éramos o País do futuro, e que o sofrimento causado pela miséria, um dia não faria mais parte do nosso cotidiano, e não tendo nada de concreto para se agarrar, olhavam para o horizonte esperando este tempo chegar, mas o tempo passou, e esse futuro está cada vez mais distante. Subjugar os pobres, não permitindo que tenham acesso ao conhecimento, exaltando a bandeira da ignorância, sempre foi à velha política de Estado, que se contrapõe a qualquer tentativa de rompimento do padrão estabelecido. 
 
Não conhecer a história, causa sofrimento e dor, e a maioria da população brasileira, por desconhecer a história de seu País vive num eterno sofrimento. Não existe democracia sem cidadania e autonomia, e por não saber o sentido destas palavras a população terceiriza seus direitos, e vive esperando que algum ser iluminado os defenda, no entanto este desconhecimento abre caminho para perpetuar no poder essa “gente de bem”, que só maltrata e ultraja a população pobre, que por ignorância ainda agradece. A história da República brasileira, não tinha registro de um presidente que cumprisse na integra as promessas feitas durante a campanha eleitoral, mas chegou o dia. O candidato prometeu destruir as instituições fiscalizadoras e de controle social, que iria paralisar as pesquisas cientificas, e em seu lugar instalar o fundamentalismo religioso – e cumpriu o prometido. 
 
uma grande dificuldade em propalar o bem, no entanto o mal é facilmente absorvido pela população, que interioriza com facilidade palavras e atitudes que agridem e levam ao justiçamento. Não pode haver comunhão entre o Estado laico e a religião, pois quando isso acontece os direitos humanos ficam comprometidos, pois a religião cuida da fé e do merecimento, e o Estado tem que cuidar da equidade e do bem estar de todos. A base escravagista e preconceituosa, nunca perdeu seu status, e ardilosamente para sobreviver em uma democracia trabalharam como os cupins na penumbra, destruindo por dentro a convivência social, e quando surgiu à oportunidade saíram do submundo mostrando que nunca desistiram da senzala e da chibata. 
 
A mentira atrelada ao domínio religioso está levando a democracia para o abismo, e aquele País com um futuro maravilhoso está se perdendo num mar de iniquidade. O exemplo cabal que a semente do Estado teocrático está sendo plantada são os desmontes dos conselhos que estão diretamente ligados a população pobre. A invasão dos conselhos tutelares, pelos integrantes das igrejas pentecostais, que querem substituir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pelo Velho Testamento é a tentativa criminosa de transformar o Estado laico em Estado religioso, e com isso querem retroceder o País para a era imperial. O caminho da teocracia começou a ser pavimentado logo após a Promulgação da Constituição cidadã de 1988, que na visão dos donos do poder, era uma Constituição para país evoluído, que não era o nosso caso, pois a população brasileira, composta majoritariamente de pobres, não iriam saber lidar com tantos direitos, pois estes direitos estão reservados a essa “gente de bem”, que sempre tem Deus ao seu lado, e Cristo a sua disposição – afinal são terrivelmente cristãos evangélicos! A liberdade para mentir, difamar e injuriar não faz parte de uma Democracia. 
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação

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