O Brasil está entre os países que pouco se preparam para o papel de protagonista na era da 4º Revolução Industrial. Esse é o entendimento do Fórum Econômico Mundial, que divulgou há poucos dias que caímos três posições no Ranking Global de Competitividade, ficando em 72º lugar.
Baseado em 98 indicadores, o mapa da competitividade analisa a capacidade de 140 países de preparar a economia para transformações tecnológicas que estão ocorrendo cada vez mais rapidamente e com impacto imediato. Os EUA lideram o pódio, seguidos de perto de Singapura, Alemanha, Suíça e Japão.
A baixa competitividade do Brasil e seu pouco preparo para o futuro são resultado de uma série de fatores que debatemos há anos e que agora estão escancarados na pesquisa: temos a pior carga de regulações do setor público; somos um dos países mais fechados em termos comerciais e um dos que menos adaptam a legislação a novos modelos de negócios e às mudanças tecnológicas e educacionais.
O estudo traz um alerta importante para toda sociedade e, em especial, para governantes e legisladores recém-eleitos: para integrar o grupo das nações mais sustentáveis e competitivas é vital construir um ambiente favorável à criação e à consolidação de empreendimentos do setor produtivo privado brasileiro.
Afinal, como ter tempo de pensar de forma competitiva e implementar processos inovadores, se o empresário tem de lidar com milhares de regras da teia burocrática brasileira, das necessárias às mais absurdas, para deixar seu negócio em dia? Não há motivos para manter em vigor normas que insistem em criar obstáculos rumo à economia do século 21.
O ranking coloca o Brasil no 40º lugar na capacidade de inovação. O país obtém avanços em iniciativas isoladas, que não chegam a refletir no dinamismo do setor empresarial, segundo o estudo. O recado é claro: se quisermos uma nação competitiva e sustentável de fato é preciso focar de verdade nesse ponto e fazer a inovação chegar onde for preciso.
No Sebrae-SP, estamos atentos a essa questão. Entre 2016 e outubro de 2018, realizamos cerca de 300 mil atendimentos a centenas de milhares de pequenos negócios que incorporaram planos de melhoria e renovação de produtos, serviços, processos e gestão, que deram novos rumos ao empreendimento. A um custo baixo, não mais de R$ 10 mil, em média.
Os donos desses negócios integram um grupo que inova com alguma frequência. Esses empreendedores notaram que a imagem da empresa melhorou no mercado (83%), atraíram mais clientes (87%), aumentaram o volume de produção (70%), o lucro (mais de 50%) e o número de pessoas ocupadas (70%).
Estamos atentos e trabalhando para que a cultura da inovação esteja impregnada no dia a dia de cada um dos 4 milhões de pequenos negócios paulistas, tornando-os não somente competitivos, mas altamente relevantes nas economias 4.0, 5.0, etc. Este é o caminho para fazer do Brasil um país protagonista.