Tribuna Ribeirão
Economia

Inflação oficial sobe a 0,86% em outubro

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fe­chou outubro 0,86%. A taxa é superior ao ao 0,10% do mesmo período do ano passado e ao 0,64% registrado em setembro de 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís­tica (IBGE).

Ainda de acordo com os dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 6 de novem­bro, este é o maior percentual do indexador oficial de preços para um mês de outubro desde 2002 (de 1,31%). Com o resul­tado do mês passado, o IPCA acumula taxas de inflação de 2,22% no ano e de 3,92% em doze meses.

A inflação em outubro foi puxada principalmente pela alta de preços de 1,93% dos ali­mentos e bebidas. Os alimentos para consumo no domicílio foram os principais responsá­veis por esse resultado, ao subi­rem 2,57%. Entre os produtos com inflação destacam-se o arroz (13,36%), a batata-in­glesa (17,01%), o óleo de soja (17,44%) e o tomate (18,69%).

Apesar disso, a inflação de alimentação em outubro foi me­nos intensa do que a registrada em setembro (2,28%). Os trans­portes também tiveram impacto relevante na inflação de outu­bro, com uma alta de preços de 1,19%. As passagens aéreas, por exemplo, subiram 39,83% e foi o item individual com maior im­pacto no IPCA de outubro.

Os preços das passagens fo­ram coletados em agosto para quem ia viajar em outubro. “A alta nas passagens aéreas pare­ce estar relacionada à deman­da, já que com a flexibilização do distanciamento social, algu­mas pessoas voltaram a utilizar o serviço, o que impacta a polí­tica de preços das companhias aéreas”, disse o pesquisador do IBGE Pedro Kislanov.

Também foram observadas altas nos itens gasolina (0,85%) e seguro voluntário de veícu­lo (2,21%). Outros grupos de despesas com altas importan­tes foram artigos de residência (1,53%) e vestuário (1,11%). Também foram observadas altas nas taxas de inflação nos grupos habitação (0,36%), saú­de e cuidados pessoais (0,28%), despesas pessoais (0,19%) e co­municação (0,21%).

Outro setor que cresceu foi o de seguro voluntário de ve­ículo, com alta de 2,21%. Este em particular registra um ce­nário diferente, já que vinha de sete meses de quedas. O único grupo de despesas com deflação (queda de preços) foi educação, que registrou uma taxa de -0,04% em outubro. O IPCA encerrou 2019 em 4,31%, acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, de 4,25%.

Alimentos
No grupo alimentação e bebidas, as altas são do ar­roz (13,36%) e o óleo de soja (17,44%). As variações no mês anterior haviam sido de 17,98% e 27,54%, res­pectivamente. No ano, esses produtos acumulam altas de 59,48% e 77,69%, respecti­vamente. As carnes subiram 4,25% no IPCA de outubro, com impacto positivo, iso­ladamente, de 0,11 p.p. no índice agregado. A variação ficou ligeiramente abaixo dos 4,53% de setembro.

Porém, houve aceleração da alta de preços de alguns alimentos em outubro. A alta no preço do tomate (18,69%) foi maior que em setembro (11,72%) e itens cujos preços haviam recuado no mês ante­rior, como as frutas (-1,59%) e a batata-inglesa (-6,30%), registraram alta em outubro (de 2,59% e 17,01%, respecti­vamente).No lado das quedas no IPCA de outubro, o IBGE destacou a cebola (-12,57%), a cenoura (-6,36%) e o alho (-2,65%).

O grupo habitação subiu 0,36% em outubro, pratica­mente o mesmo ritmo de setembro (0,37%). Segundo o IBGE, o maior impacto de alta no grupo veio do gás de botijão, com alta de 1,27%. A conta de luz ficou estável, com alta média de 0,03%.

INPC
O Índice Nacional de Pre­ços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,89% em outubro, após um avanço de 0,87% em setembro, segundo dados divulgados na manhã desta sexta-feira pelo Insti­tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É o maior resultado para um mês de outubro desde 2010, quando o índice foi de 0,92%. Com o resultado, o ín­dice acumulou uma elevação de 2,95% no ano. A taxa em doze meses ficou em 4,77%. Em outubro de 2019, o INPC tinha sido de 0,04%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.

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