O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou outubro 0,86%. A taxa é superior ao ao 0,10% do mesmo período do ano passado e ao 0,64% registrado em setembro de 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda de acordo com os dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 6 de novembro, este é o maior percentual do indexador oficial de preços para um mês de outubro desde 2002 (de 1,31%). Com o resultado do mês passado, o IPCA acumula taxas de inflação de 2,22% no ano e de 3,92% em doze meses.
A inflação em outubro foi puxada principalmente pela alta de preços de 1,93% dos alimentos e bebidas. Os alimentos para consumo no domicílio foram os principais responsáveis por esse resultado, ao subirem 2,57%. Entre os produtos com inflação destacam-se o arroz (13,36%), a batata-inglesa (17,01%), o óleo de soja (17,44%) e o tomate (18,69%).
Apesar disso, a inflação de alimentação em outubro foi menos intensa do que a registrada em setembro (2,28%). Os transportes também tiveram impacto relevante na inflação de outubro, com uma alta de preços de 1,19%. As passagens aéreas, por exemplo, subiram 39,83% e foi o item individual com maior impacto no IPCA de outubro.
Os preços das passagens foram coletados em agosto para quem ia viajar em outubro. “A alta nas passagens aéreas parece estar relacionada à demanda, já que com a flexibilização do distanciamento social, algumas pessoas voltaram a utilizar o serviço, o que impacta a política de preços das companhias aéreas”, disse o pesquisador do IBGE Pedro Kislanov.
Também foram observadas altas nos itens gasolina (0,85%) e seguro voluntário de veículo (2,21%). Outros grupos de despesas com altas importantes foram artigos de residência (1,53%) e vestuário (1,11%). Também foram observadas altas nas taxas de inflação nos grupos habitação (0,36%), saúde e cuidados pessoais (0,28%), despesas pessoais (0,19%) e comunicação (0,21%).
Outro setor que cresceu foi o de seguro voluntário de veículo, com alta de 2,21%. Este em particular registra um cenário diferente, já que vinha de sete meses de quedas. O único grupo de despesas com deflação (queda de preços) foi educação, que registrou uma taxa de -0,04% em outubro. O IPCA encerrou 2019 em 4,31%, acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, de 4,25%.
Alimentos
No grupo alimentação e bebidas, as altas são do arroz (13,36%) e o óleo de soja (17,44%). As variações no mês anterior haviam sido de 17,98% e 27,54%, respectivamente. No ano, esses produtos acumulam altas de 59,48% e 77,69%, respectivamente. As carnes subiram 4,25% no IPCA de outubro, com impacto positivo, isoladamente, de 0,11 p.p. no índice agregado. A variação ficou ligeiramente abaixo dos 4,53% de setembro.
Porém, houve aceleração da alta de preços de alguns alimentos em outubro. A alta no preço do tomate (18,69%) foi maior que em setembro (11,72%) e itens cujos preços haviam recuado no mês anterior, como as frutas (-1,59%) e a batata-inglesa (-6,30%), registraram alta em outubro (de 2,59% e 17,01%, respectivamente).No lado das quedas no IPCA de outubro, o IBGE destacou a cebola (-12,57%), a cenoura (-6,36%) e o alho (-2,65%).
O grupo habitação subiu 0,36% em outubro, praticamente o mesmo ritmo de setembro (0,37%). Segundo o IBGE, o maior impacto de alta no grupo veio do gás de botijão, com alta de 1,27%. A conta de luz ficou estável, com alta média de 0,03%.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,89% em outubro, após um avanço de 0,87% em setembro, segundo dados divulgados na manhã desta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É o maior resultado para um mês de outubro desde 2010, quando o índice foi de 0,92%. Com o resultado, o índice acumulou uma elevação de 2,95% no ano. A taxa em doze meses ficou em 4,77%. Em outubro de 2019, o INPC tinha sido de 0,04%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.