A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial de preços no país – fechou maio em alta de 0,23%, ante 0,61% de abril, 0,71% de março, 0,84% de fevereiro e 0,53% de janeiro, após encerrar 2022 com 0,62% em dezembro, informou na manhã desta quarta-feira, 7 de junho o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta de 0,23% é o menor resultado desde setembro de 2022, quando houve recuo de 0,29%. Considerando apenas meses de maio, o IPCA foi o mais baixo para o mês desde 2020, quando houve redução de 0,38%, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Doze meses
No mês de maio de 2022, o IPCA tinha sido de 0,47%. Como consequência, a taxa em doze meses passou de 4,18% em abril de 2023 para 3,94% em maio de 2023. Este resultado foi o mais baixo desde outubro de 2020, quando estava em 3,92%. A taxa acumulada pela inflação no ano está em 2,95%, de acordo com o IBGE.
A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%. O IPCA fechou 2022 em 5,79% e, pelo segundo ano seguido, ficou acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Grupos
Sete dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo registraram altas de preços em maio, informa o IBGE. As deflações ocorreram em Transportes (-0,57%, impacto de -0,12 ponto percentual) e Artigos de residência (-0,23%, impacto de -0,01 p.p.).
As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (0,16%, impacto de 0,04 ponto), Saúde e cuidados pessoais (0,93%, impacto de 0,12 p.p.), Despesas pessoais (0,64%, impacto de 0,07 p.p.), Educação (0,05%, sem impacto), Habitação (0,67%, impacto de 0,10 p.p.), Comunicação (0,21%, impacto de 0,01 ponto) e Vestuário (0,47%, impacto de 0,02 ponto).
Saúde
O principal impacto veio do grupo de Despesas, saúde e cuidados pessoais, que registrou aumento de preços de 0,93%, ante 1,49% de abril. O resultado foi equivalente a uma contribuição de 0,12 ponto percentual. A alta foi puxada por planos de saúde (1,20%).
Também subiram os preços de itens de higiene pessoal (1,13%, puxados pela alta de 3,56% dos perfumes) e produtos farmacêuticos (0,89%, ainda em decorrência da autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março).
Serviços
A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de uma elevação de 0,52% em abril para um recuo de 0,06% em maio. Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,86% em abril para aumento de 0,72% em maio.
No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 7,49% em abril para 6,51% em maio, a menor desde março de 2022, quando estava em 6,29%. Já a inflação de monitorados em doze meses saiu de -2,10% em abril para -0,90% em maio.
Alimentação e bebidas
Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,16% em maio, após alta de 0,71% em abril. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,04 ponto percentual para o IPCA. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve estabilidade em maio, após ter avançado 0,73% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,58%, ante alta de 0,66% em abril.
Transportes
Os preços de Transportes caíram 0,57% em maio, após alta de 0,56% em abril. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,12 ponto percentual para o IPCA. As passagens aéreas caíram 17,73%. Os preços de combustíveis tiveram queda de 1,82% em maio, após recuo de 0,44% no mês anterior.
A gasolina caiu 1,93%, após ter registrado queda de 0,52% em abril, enquanto o etanol avançou 0,38% nesta leitura, após alta de 0,92% na última. Nos últimos doze meses, a gasolina foi o subitem de maior contribuição negativa, com queda de 26,48% e contribuição negativa de -1,81 ponto para o IPCA em doze meses.
Difusão
O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 66% em abril para 56% em maio. É o menor desde agosto de 2020, quando ficou em 55%. A difusão de itens alimentícios passou de 64% em abril para 53% em maio. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 67% para 58%.