O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,60% em abril, após ter avançado 0,93% em março. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 27 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o indexador acumula aumento de 2,82% no ano.
A alta de 0,60% registrada neste mês fez a taxa do índice acumulada em doze meses passar de 5,52% em março para 6,17% em abril, resultado mais elevado desde dezembro de 2016, quando a taxa havia sido de 6,58%.
No mês de abril de 2020, o IPCA-15 tinha recuado 0,01%, segundo os dados divulgados pelo IBGE.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em abril. O maior impacto (0,36 p.p.) e a maior variação (1,76%) vieram dos transportes, com desaceleração em relação a março (3,79%). A segunda maior contribuição (0,08 p.p.) veio de alimentação e bebidas (0,36%) e, na sequência, vieram habitação (0,45%) e saúde e cuidados pessoais (0,44%), com impactos de 0,07 ponto percentual e 0,06 p.p., respectivamente.
A gasolina (5,49%) permanece como o produto com o principal impacto no índice (0,30 ponto percentual.), ainda que com uma variação menor do que o mês anterior (11,18%). Óleo diesel (2,54%) e o etanol (1,46%) tiveram altas, mas também inferiores às de março – 10,66% e 16,38%, respectivamente. As passagens aéreas subiram 6,27%, após três quedas consecutivas. Também houve aumentos nos preços dos automóveis novos (0,41%), automóveis usados (0,80%) e pneus (2,63%).
A alimentação no domicílio passou de queda de 0,03% em março para 0,19% em abril. O café da manhã ficou mais caro com a alta do pão francês (1,73%) e do leite longa vida (1,75%), cujos preços haviam recuado no mês anterior (-0,11% e -4,50%, respectivamente). As carnes continuam em alta (0,61%), embora com variação menor do que a de março (1,72%).
Por outro lado, as famílias pagaram menos pela cenoura (-13,58%), batata-inglesa (-5,03%), frutas (-2,91%) e arroz (-1,44%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,79% em abril, devido a avanços tanto no lanche (1,34%) quanto na refeição fora de casa (0,57%), contribuindo conjuntamente com 0,04 ponto porcentual para o IPCA-15 do mês.
Segundo o IBGE, no grupo de saúde e cuidados pessoais, o reajuste, em 1º de abril, de até 10,08%, dependendo da classe terapêutica, acabou impactando o preço dos produtos farmacêuticos, que subiram 0,53%, após terem apresentado queda de 0,29% em março.
Os gastos das famílias brasileiras com habitação passaram de um aumento de 0,71% em março para um avanço de 0,45% em abril, dentro do IPCA-15. O grupo deu uma contribuição de 0,07 ponto percentual para a inflação de 0,60% deste mês. O resultado de abril foi puxado pelo aumento de 2,49% no gás de botijão, com impacto de 0,03 ponto – acumula alta de 20,22% nos últimos dze meses.
A energia elétrica ficou mais cara em abril. Foi mantida em vigor a bandeira tarifária amarela, que acrescenta uma cobrança de R$ 1,343 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Os preços do IPCA-15 foram coletados no período de 16 de março a 13 de abril de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de fevereiro a 15 de março de 2021 (base). Abrange as famílias com rendimentos de um (R$ 1.100) a 40 salários mínimos (R$ 44 mil).
A pesquisa considera qualquer fonte de renda de pessoas residentes em onze áreas urbanas: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
A inflação medida pelo IPCA fechou março com alta de 0,93%, a taxa mais alta para o mês desde 2015, quando alcançou 1,32%, e superior ao avanço de 0,86% em fevereiro. A taxa acumulada no ano é de 2,05%. Em doze meses, a inflação é de 6,10%, segundo o instituto, ante uma meta central de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano.
A taxa foi a mais acentuada desde dezembro de 2016, quando estava em 6,29%. O IPCA rompeu o teto da meta para este ano, que seria de 5,25%. O IPCA fechou o ano passado com avanço de 4,52%, também o maior desde 2016. O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.