Tribuna Ribeirão
Economia

Inflação nos supermercados é de 1,53%

EBC

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calcu­lado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a Associação Paulista de Su­permercados (Apas), indica inflação de 1,53% em setem­bro, ante 2,04% de agosto, uma desaceleração de 0,51 ponto percentual.

Entre janeiro e setembro, a alta acumulada é de 7,82%. A taxa dos últimos doze me­ses é de 14,5% ante 15,30% até agosto. Segundo a Apas, essa desaceleração sugere ser efeito da reunião do Comitê de Política Monetária (Co­pom) do Banco Central, que no mês passado elevou a taxa básica de juros em 1%, che­gando a 6,25% ao ano.

Mesmo com a desacelera­ção, a análise da Associação Paulista de Supermercados alerta que os estresses pro­vocados pelas demandas in­ternacionais e as abruptas mudanças climáticas enfren­tadas pelo Brasil ainda cau­sam pressões inflacionárias para a cadeia produtiva.

O impacto da mudança climática refletiu diretamen­te nos hortifrutigranjeiros (produtos in natura), os mais sensíveis às intempéries. A categoria experimentou alta de 2,78% em setembro, mas ainda registra deflação de 0,99% no acumulado do ano.

As geadas de julho, além de prejudicarem os produtos que estavam em fase de colheita, também afetaram as culturas em processo de floração ou maturação, caso de algumas frutas e legumes. A cesta de frutas apresentou alta de 5,56% no mês, puxando a deflação para o ano em 5,64%.

As geadas prejudicaram principalmente culturas como mamão e laranja, que tiveram altas de 19,93% e 11,48%, res­pectivamente. Quanto à cesta dos legumes, a alta nos preços foi de 7,11%, elevando o acu­mulado do ano para 25,19%. O tomate, produto sensível às variações climáticas, teve o seu amadurecimento com­prometido nos últimos três meses devido às baixas tem­peraturas e ao clima seco.

Resultado: a diminuição na oferta levou a uma alta de 26,92% em setembro, fazen­do com que o produto saísse da deflação no acumulado do ano e fechasse com inflação de 22,94%. Boa opção dentre as proteínas animais, os cor­tes suínos apontam deflação de 6,14% no acumulado do ano, mesmo com leve alta de 0,66% no mês de setembro, que foi motivada pelo au­mento nas exportações.

“É necessário pensarmos em políticas públicas que fa­voreçam a baixa emissão de carbono, pois as abruptas va­riações climáticas são cada vez mais recorrentes, o que compromete a sazonalidade dos produtos, altera a oferta e a demanda, eleva os preços dos alimentos e coloca em risco a segurança alimentar de parte da sociedade, principalmente da população de baixa renda”, diz o presidente da Apas, Ro­naldo dos Santos.

Sobre a Apas
Com 50 anos de tradição, a Associação Paulista de Super­mercados representa o essen­cial setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abas­tecimento com a sociedade. A entidade, que possui três dis­tritais na cidade de São Paulo e 13 regionais distribuídas estrategicamente pelo estado, conta hoje com 1.505 super­mercados associados que so­mam 4.315 lojas.

A Regional Ribeirão Preto emprega cerca de 31 mil pes­soas que trabalham em super­mercados nesta região. É com­posta por 78 cidades e possui 116 associados em toda sua área de cobertura. O empre­sário Rodrigo Canesin, do Su­permercado Canesin, é o atual diretor regional da entidade.

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