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Inflação fecha 2023 em 4,62%  

Além das passagens aéreas e dos planos de saúde, figuram entre as principais altas de dezembro alimentos como o arroz e a batata-inglesa, indica o IBGE (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial – fechou dezembro com alta de 0,56%, ante 0,28% de novembro, avanço de 0,24%, em outubro, de 0,26% em setembro, de 0,23% em agosto e 0,12% em julho, após deflação de 0,08% em junho, elevação de 0,23% em maio e de 0,61% de abril.

Já havia disparado 0,71% em março e 0,84% em fevereiro, ante 0,53% de janeiro, após encerrar 2022 com 0,62% em dezembro. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 11 de janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta de 0,56% registrada pelo IPCA em dezembro de 2023 foi o resultado mais baixo para o mês desde 2018, quando houve alta de 0,15%, informou o IBGE. No mês de dezembro de 2022, o IPCA tinha sido de 0,62%. A taxa acumulada em doze meses arrefeceu pelo terceiro mês consecutivo, passando de 4,68% em novembro para 4,62%, a mais branda desde agosto de 2023, quando estava em 4,61%.

A taxa de 4,62% ficou acima da mediana de 3,25% para o período, mas dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), entre de 1,75% a 4,75%, quebrando uma sequência de dois anos seguidos além do teto e voltando ao nível de 2020, de 4,52%. O IPCA fechou 2022 em 5,79% e 2021, em 10,06%.

A inflação do ano passado ficou acima da expectativa do mercado financeiro. A projeção era de 4,47%, segundo o Relatório de Mercado Focus divulgado na segunda-feira (8) pelo Banco Central. Para 2024, foco da política monetária, é de 3,90%. A meta para este ano é de 3%, com intervalo de 1,5 ponto percentual (entre 1,5% e 4,5%).

IPCA mensal A alta de 8,87% na passagem aérea exerceu a maior pressão sobre a inflação de dezembro, uma contribuição de 0,08 ponto percentual. Figuraram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de dezembro o emplacamento e licença (0,05 p.p.), arroz (0,04 p.p ), batata-inglesa (0,04 p.p.) e plano de saúde (0,03 p.p.). Na direção oposta, os principais alívios partiram da gasolina (-0,02 p.p.), automóvel usado (-0,01 p.p.), leite longa vida (-0,01 p.p.), etanol (-0,01 p.p.) e ônibus urbano (-0,01 p.p.).

IPCA anual A alta de 12,09% na gasolina em 2023 exerceu a maior pressão sobre a inflação do ano. O item deu uma contribuição de 0,56 ponto percentual para a taxa de 4,62% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

Figuraram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de 2023 o emplacamento e licença (alta de 21,22% e impacto de 0,53 p.p.), plano de saúde (alta de 11,52% e impacto de 0,43 p.p.), energia elétrica residencial (alta de 9,52% e impacto de 0,37 p p.) e passagem aérea (alta de 47,24% e impacto de 0,32 p.p.).

Na direção oposta, os principais alívios partiram do gás de botijão (queda de 6,89% e contribuição de -0,10 p.p.), automóvel usado (-4,80% e -0,09 p.p.), óleo de soja (-28,00% e -0,09 p.p ), frango em pedaços (-10,12% e -0,07 p.p.) e cebola (-25,32% e -0,07 p.p.).

Aumentos em 2023 Os aumentos de preços de itens não alimentícios foram responsáveis por 95% da inflação oficial no país em 2023. Enquanto os itens alimentícios subiram 1,03% em 2023, os preços dos não alimentícios avançaram 5,62%, uma contribuição de 4,39 pontos percentuais para a taxa de 4,62%.

Entre os dez itens de maior impacto, que responderam juntos por quase 65% do IPCA em 2023, apenas dois eram de alimentos: refeição fora de casa (alta de 4,34%) e arroz (24,54%). Os demais eram não alimentícios: gasolina (12,09%), emplacamento e licença (21,22%), plano de saúde (11,52%), energia elétrica residencial (9,52%), passagem aérea (47,24%), taxa de água e esgoto (10,08%), ensino fundamental (10,63%) e condomínio (6,74%).

Difusão O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 52% em novembro para 65% em dezembro. A difusão de itens alimentícios passou de 58% em novembro para 67% em dezembro. Já a de itens não alimentícios saiu de 46% em novembro para 64% em dezembro.

A inflação de serviços usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços passou de um aumento de 0,70% em novembro para uma alta de 0,60% em dezembro. A alta nos serviços foi puxada pelas passagens aéreas e pela alimentação fora de casa, aponta André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta de 0,16% em novembro para aumento de 0,31% em dezembro. No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 6,05% em novembro para 6,22% em dezembro. A inflação de monitorados em doze meses saiu de 9,07% em novembro para 9,12% em dezembro.

Grupos – Todos os nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo registraram altas de preços em dezembro. Os aumentos foram em Alimentação e bebidas (1,11%, impacto de 0,23 ponto percentual), Transportes (0,48%, impacto de 0,10 p.p ) e Saúde e cuidados pessoais (0,35%, impacto de 0,05 p.p.).

Os demais são Despesas pessoais (0,48%, impacto de 0,05 p.p.), Educação (0,24%, impacto de 0,02 p.p.), Habitação (0,34%, impacto de 0,05 p.p.), Comunicação (0,04%, sem impacto), Vestuário (0,70%, impacto de 0,03 p.p.) e Artigos de residência (0,76%, impacto de 0,03 p.p.).

Todos os nove grupos registraram altas de preços em 2023, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A maior pressão partiu do grupo Transportes, com alta de 7,14% e contribuição de 1,46 ponto percentual para a taxa de 4,62% registrada pelo IPCA em 2023.

Alimentação bebidas –  O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 0,63% em novembro para um avanço de 1,11% em dezembro e contribuiu com 0,23 ponto percentual para a taxa de 0,56% do IPCA do último mês. Subiu 1,03% no ano, impacto de 0,23 ponto para o IPCA. A alimentação no domicílio subiu 1,34% em dezembro.

As famílias pagaram mais pela batata-inglesa (19,09%), feijão-carioca (13,79%), arroz (5,81%) e frutas (3,37%). Já o leite longa vida ficou mais barato pelo sétimo mês consecutivo, com queda de 1,26% em dezembro. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,53% em dezembro. A refeição fora de casa subiu 0,48%, e o lanche teve elevação de 0,74%.

Transportes – O grupo Transportes saiu de um aumento de 0,27% em novembro para um avanço de 0,48% em dezembro e contribuiu com 0,10 ponto percentual para a taxa do mês. Houve pressão do aumento de 8,87% nos preços das passagens aéreas, subitem de maior contribuição individual, impacto de 0,08 ponto.

Os combustíveis recuaram 0,50% no mês. Houve quedas no óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%). A gasolina foi o item de maior contribuição negativa para a inflação de dezembro, -0,02 ponto percentual.

Habitação – As famílias brasileiras gastaram 0,34% a mais com habitação em dezembro, contribuição de 0,05 ponto percentual para a taxa de 0,56%. Em novembro, havia subido 0,48% e gerado impacto de 0,07 ponto no índice geral de 0,28%. A energia elétrica residencial aumentou 0,54%. O gás encanado subiu 1,25%, por conta do reajuste de 3,30% em São Paulo a partir de 10 de dezembro.

INPC avança
3,71% no ano
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,55% em dezembro, após uma alta de 0,10% em novembro, segundo dados divulgados do IBGE. Com o resultado, o índice acumulou uma elevação de 3,71% no ano passado. Em 2022, havia sido de 5,93%. No acumulado de 2023, houve alta de 0,33% nos produtos alimentícios e de 4,83% nos não alimentícios.

Em dezembro do ano passado, os preços dos produtos alimentícios aceleraram (de 0,57% para 1,20%). Os não alimentícios também registraram variações maiores (0,35% em dezembro contra -0,05% no mês anterior). O indexador mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos (entre R$ 1.412 e R$ 7.060) e chefiadas por assalariados.

Construção  – O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) subiu 0,26% em dezembro. O resultado sucede um avanço de 0,08% em novembro. No ano passado, acumulou alta de 2,55%. A taxa em 2022 tinha sido de 10,9%.

O custo nacional da construção foi de R$ 1.722,19 por metro quadrado em dezembro. A parcela dos materiais teve elevação de 0,27%, enquanto o custo da mão de obra subiu 0,24%. Em 2023, os materiais subiram 0,06%, enquanto o custo com mão de obra avançou 6,22%. Em 2022, a parcela dos materiais tinha aumentado 10,02%, e a mão de obra, 12,18%.

 

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