Tribuna Ribeirão
Economia

Inflação em 2020 – IBGE inclui 56 itens no cálculo do IPCA

ROVENA ROSA/AG.BR.

Os gastos com transportes passam a ser, a partir de janei­ro do ano que vem, o principal componente do Índice de Pre­ços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial. Pela primeira vez, o grupo ultrapassa as despesas com alimentação e bebidas, que eram o principal componente do IPCA. O Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou a mudança na manhã desta sexta­-feira, 11 de outubro.

A mudança do cálculo do IPCA será feita devido à divul­gação, na semana passada, da Pesquisa de Orçamentos Fami­liares (POF) 2017-2018, a qual avalia o peso de cada gasto den­tro do orçamento das famílias brasileiras. Atualmente, o cálcu­lo do indexador oficial da infla­ção oficial no país IPCA é feito com base na POF 2008-2009.

Os alimentos, que respon­diam por 22,1% do IPCA pas­sarão a representar 19%. Já os transportes, que correspondiam a 22% passam a compor 20,8% do índice. Em seguida aparecem os gastos com habitação, que eram 14,3% do índice e passam a ser 15,2% e saúde e cuidados pessoais, que passam de 11,1% para 13,5%.

Os demais componentes passam a responder pelos se­guintes percentuais da taxa: despesas pessoais, 10,6%; co­municação, 6,2%; educação, 6%; vestuário, 4,8%, e artigos de residência, 4%. De acordo com o IBGE, 377 produtos e serviços serão analisados no novo IPCA, com a inclusão de 56 novos itens que refletem novos hábitos de consumo dos brasileiros, como transpor­te por aplicativo, integração transporte público, serviços de streaming e combo de tele­fonia, internet e TV por assi­natura, além de cuidados com animais de estimação.

Ou seja, 62 itens foram substituídos ou retirados da lista. Outros produtos e servi­ços que perderam espaço no consumo dos brasileiros serão excluídos do cálculo, como aparelho de DVD, assinatura de jornal, máquina fotográfica, revelação de fotos e fotocópias. Avanços tecnológicos, enve­lhecimento populacional e até a opção por alimentos prontos influenciaram as mudanças na destinação do orçamento das famílias brasileiras nos últimos anos, alterando assim a cesta de produtos pesquisados na infla­ção oficial do País.

A partir de janeiro de 2020, saem do cálculo o aparelho de DVD, assinatura de jornal e má­quina fotográfica. Ao mesmo tempo, entram bacalhau, vinho e picanha. Entre as novidades, estão os serviços de streaming, como Netflix e Spotify, conserto de aparelho celular e combo de telefonia, internet e TV por assi­natura. O IPCA também passa a trazer macarrão instantâneo (com peso de 0,03%), polpa de fruta congelada (0,01%), papi­nha infantil em conserva, além de conserto de bicicleta e medi­camentos neurológicos e anti­diabético.

No caso de transporte por aplicativo, que passa a integrar a lista, conta tanto o serviço de veículos particulares, como Uber, quanto o de táxis, como o 99 Táxi. “O conserto de bici­cleta é uma coisa que a gente não tinha antes, indica que as pessoas estão usando cada vez mais a bicicleta, talvez como lazer”, notou Kislanov. “Com o envelhecimento populacional e a tendência de aumento de do­enças crônicas, (o IPCA) man­teve todos os farmacêuticos an­teriores e ainda entraram esses aí”, completou Pedro Kislanov, analista do Sistema de Índices de Preços do IBGE.

A coleta da inflação oficial no País terá parte conduzida por um robô de forma auto­matizada a partir de janeiro de 2020. O nome da solução é webscraping, que faz uma varredura nos preços. Por en­quanto o robô está em testes, mas o modelo de coleta auto­matizada passará a ser adotado no início do ano que vem.

Cidades
Entre as 16 cidades e regiões metropolitanas que são analisa­das pelo IPCA, São Paulo conti­nua tendo o maior peso, respon­dendo 32,3% da taxa nacional – antes eram 30,7%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consu­midor (INPC), que calcula a cesta de compras para famílias com renda até cinco salários mí­nimos e é comumente usado em acordos coletivos para reajustes salariais, também teve os pesos dos gastos recalculados.

A alimentação continua sendo o principal componen­te, respondendo por 21,5% do índice, seguida por transportes, 20%; habitação, 17%; saúde e cuidados pessoais com 11,9%; despesas pessoais, 8%; comu­nicação, 6,6%; vestuário, 5,7%; artigos de residência, 4,9%, e educação com 4,3%.

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