O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, ficou em 0,21% em janeiro deste ano. Essa é a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1º de julho de 1994. Considerando todos os meses, é o menor desde outubro do ano passado, quando subiu 0,10%. Também é inferior ao 1,15% de dezembro e ao 0,32% dos primeiros 31 dias de 2019.
O IPCA acumula taxa de 4,19% em doze meses, abaixo dos 4,31% registrados nos 12 meses anteriores – fechou o ano passado acima do centro da meta do Banco Central, de 4,25%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Passado o choque de preços, as carnes ficaram mais baratas em janeiro, desacelerando a alta nos gastos das famílias com alimentação e bebidas no mês.
Depois de subir 18,06% em dezembro, o produto recuou 4,03% no mês passado, item de maior contribuição negativa para a inflação do mês, de 0,11 ponto percentual. De dezembro para janeiro, o grupo alimentação e bebidas saiu de uma taxa de 3,38% para 0,39%, uma contribuição de 0,07 ponto percentual.
“(A carne) Estava com preço elevado em dezembro, então a gente está comparando com uma base elevada. Os preços não voltaram ao patamar anterior, mas tiveram leve recuo. Se considerar janeiro do ano passado, o patamar (de preço das carnes) está bem mais alto ainda. Não devolveu tudo que tinha subido”, ressaltou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
O custo da alimentação no domicílio cresceu 0,20% em janeiro, após um avanço de 4,69% em dezembro. As famílias pagaram mais pelo tomate (13,72%, depois de uma alta de 21,69% no mês anterior) e pela batata-inglesa (11,02%). A alimentação fora de casa subiu 0,82% em janeiro, ante uma elevação de 1,04% em dezembro.
A refeição ficou 1,05% mais cara em janeiro, enquanto o lanche aumentou 0,42%. “A variação da alimentação fora de casa é um pouco mais estável. Os preços não variam tanto quanto na alimentação no domicílio”, explicou Kislanov.
Despesas
Entre os responsáveis por frear a inflação em janeiro foram os segmentos de saúde e cuidados pessoais, que teve deflação (queda de preços) de 0,32%, vestuário (deflação de 0,48%) e artigos de residência (deflação de 0,07%). Os demais grupos tiveram as seguintes taxas de inflação: transportes (0,32%), habitação (0,55%), despesas pessoais (0,35%), educação (0,16%) e comunicação (0,12%).
O IPCA de abril foi calculado com base na nova cesta de produtos e serviços, atualizada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, que reflete mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. Pela primeira vez, um robô virtual coletou variações de preços do transporte por aplicativo.