Tribuna Ribeirão
Economia

Inflação é a mais alta desde 2015

© Antonio Cruz/ABr

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indexador oficial de preços no país – fechou fevereiro des­te ano em alta de 1,01%, ante avanço de 0,54% em janeiro e de 0,73% em dezembro, infor­mou nesta sexta-feira, 11 de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa também é superior à observada no mesmo período de 2021, de 0,86%, e é a maior para um mês de fevereiro desde 2015, quando chegou a 1,25%. Com o resultado, o IPCA acu­mula taxa de inflação de 1,56% nos dois primeiros meses do ano. A taxa em doze meses passou de 10,38% em janeiro para 10,54% em fevereiro, ante uma meta de inflação de 3,50% perseguida pelo Banco Central este ano, que tem teto de tole­rância de 5%.

Em fevereiro, os princi­pais responsáveis pela alta de preços foram Educação e Ali­mentação e bebidas. O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 1,11% em janeiro para uma elevação de 1,28% em fevereiro, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,27 ponto percentual para a taxa de 1,01%. A ali­mentação no domicílio au­mentou 1,65% em fevereiro.

As famílias pagaram mais pela batata-inglesa (23,49%) e cenoura (55,41%), que contri­buíram conjuntamente com cerca de 0,08 ponto para a in­flação de fevereiro. Na direção oposta, houve recuos nos pre­ços do frango inteiro (-2,29%) e do frango em pedaços (-1,35%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,30% em fevereiro. O lanche fora de casa teve alta de 0,85%, enquanto a refeição fora subiu 0,02%.

Educação
Os gastos das famílias com Educação subiram 5,61% em fevereiro, maior elevação e principal impacto entre os gru­pos (0,31 ponto porcentual) sobre a taxa de 1,01% registra­da pelo IPCA no último mês. O grupo costuma incorporar no índice de fevereiro os rea­justes habitualmente pratica­dos no início do ano letivo.

“Normalmente o grupo de maior impacto em fevereiro é educação. Alimentos também têm um componente sazonal (que pressiona o IPCA em fevereiro)”, aponta Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. “Educa­ção mostra correção com base na inflação do ano anterior. É uma questão mais localizada, e não efetivamente uma questão de demanda”, explica.

Os cursos regulares su­biram 6,67%, item de maior impacto sobre a inflação, 0,28 ponto percentual. Houve rea­justes no ensino fundamental (8,06%), pré-escola (7,67%), ensino médio (7,53%), ensino superior (5,82%) e pós-gradu­ação (2,79%). Os cursos diver­sos tiveram alta de 3,91%, com destaque para o encarecimento dos cursos de idioma (7,29%).

Todos os nove grupos re­gistraram inflação em feve­reiro. Os outros sete são Ha­bitação (0,54%), Artigos de residência (1,76%), Vestuário (0,88%), Saúde e cuidados pessoais (0,47%), Despesas pessoais (0,64%) e Comunica­ção (0,29%). A inflação do ano passado atingiu o maior pata­mar desde 2015, quando havia ficado em 10,67%.

O resultado do índice em 2021 superou consideravelmen­te a meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central (BC). Tam­bém ficou bastante acima do teto de tolerância, que seria de 5,25%. O indexador oficial da inflação no Brasil fechou 2020 com avanço de 4,52%, até en­tão o maior desde 2016.

O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,0%, com mar­gem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (entre 2,5% e 5,5%). Se­gundo o índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de pre­ços, 88% dos produtos tiveram altas de preços.

Difusão
O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de pre­ços, passou de 73% em janeiro para 75% em fevereiro, segun­do o IBGE. A difusão de itens alimentícios estava em 74% em janeiro e assim permane­ceu em fevereiro, enquanto a difusão de itens não alimentí­cios passou de 73% para 75%.

INPC
O Índice Nacional de Pre­ços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 1,00% em fevereiro, após um avanço de 0,67% em janeiro, segundo o IBGE. Como resultado, o ín­dice acumulou uma elevação de 1,68% no ano. A taxa em doze meses foi de 10,80%. Em fevereiro de 2021, havia sido de 0,82%. O indexador mede a variação dos preços para as fa­mílias com renda de um a cin­co salários mínimos – entre R$ 1.2121 e R$ 6.060 – e chefiadas por assalariados.

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