A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indexador oficial de preços no país – fechou fevereiro deste ano em alta de 1,01%, ante avanço de 0,54% em janeiro e de 0,73% em dezembro, informou nesta sexta-feira, 11 de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa também é superior à observada no mesmo período de 2021, de 0,86%, e é a maior para um mês de fevereiro desde 2015, quando chegou a 1,25%. Com o resultado, o IPCA acumula taxa de inflação de 1,56% nos dois primeiros meses do ano. A taxa em doze meses passou de 10,38% em janeiro para 10,54% em fevereiro, ante uma meta de inflação de 3,50% perseguida pelo Banco Central este ano, que tem teto de tolerância de 5%.
Em fevereiro, os principais responsáveis pela alta de preços foram Educação e Alimentação e bebidas. O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 1,11% em janeiro para uma elevação de 1,28% em fevereiro, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,27 ponto percentual para a taxa de 1,01%. A alimentação no domicílio aumentou 1,65% em fevereiro.
As famílias pagaram mais pela batata-inglesa (23,49%) e cenoura (55,41%), que contribuíram conjuntamente com cerca de 0,08 ponto para a inflação de fevereiro. Na direção oposta, houve recuos nos preços do frango inteiro (-2,29%) e do frango em pedaços (-1,35%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,30% em fevereiro. O lanche fora de casa teve alta de 0,85%, enquanto a refeição fora subiu 0,02%.
Educação
Os gastos das famílias com Educação subiram 5,61% em fevereiro, maior elevação e principal impacto entre os grupos (0,31 ponto porcentual) sobre a taxa de 1,01% registrada pelo IPCA no último mês. O grupo costuma incorporar no índice de fevereiro os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.
“Normalmente o grupo de maior impacto em fevereiro é educação. Alimentos também têm um componente sazonal (que pressiona o IPCA em fevereiro)”, aponta Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. “Educação mostra correção com base na inflação do ano anterior. É uma questão mais localizada, e não efetivamente uma questão de demanda”, explica.
Os cursos regulares subiram 6,67%, item de maior impacto sobre a inflação, 0,28 ponto percentual. Houve reajustes no ensino fundamental (8,06%), pré-escola (7,67%), ensino médio (7,53%), ensino superior (5,82%) e pós-graduação (2,79%). Os cursos diversos tiveram alta de 3,91%, com destaque para o encarecimento dos cursos de idioma (7,29%).
Todos os nove grupos registraram inflação em fevereiro. Os outros sete são Habitação (0,54%), Artigos de residência (1,76%), Vestuário (0,88%), Saúde e cuidados pessoais (0,47%), Despesas pessoais (0,64%) e Comunicação (0,29%). A inflação do ano passado atingiu o maior patamar desde 2015, quando havia ficado em 10,67%.
O resultado do índice em 2021 superou consideravelmente a meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central (BC). Também ficou bastante acima do teto de tolerância, que seria de 5,25%. O indexador oficial da inflação no Brasil fechou 2020 com avanço de 4,52%, até então o maior desde 2016.
O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (entre 2,5% e 5,5%). Segundo o índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, 88% dos produtos tiveram altas de preços.
Difusão
O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 73% em janeiro para 75% em fevereiro, segundo o IBGE. A difusão de itens alimentícios estava em 74% em janeiro e assim permaneceu em fevereiro, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 73% para 75%.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 1,00% em fevereiro, após um avanço de 0,67% em janeiro, segundo o IBGE. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 1,68% no ano. A taxa em doze meses foi de 10,80%. Em fevereiro de 2021, havia sido de 0,82%. O indexador mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos – entre R$ 1.2121 e R$ 6.060 – e chefiadas por assalariados.