O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), referência no reajuste de contratos de aluguel, desacelerou de março para abril, de 2,94% para 1,51%, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar do arrefecimento, é a maior taxa para o mês desde 1995 (2,10%). No ano, o aumento acumulado é de 9,89% e, em doze meses, de 32,02% (de 31,10% até março) – o acumulado mais elevado para todos os meses desde abril de 2003 (32,97%).
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 29 de abril. A desaceleração no período foi observada por todos os indicadores do IGP-M. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve alívio de 3,56% para 1,84% e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) arrefeceu de 0,98% para 0,44%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou de 2,00% para 0,95%, conforme divulgado pela FGV na terça-feira (27).
Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços na FGV, a desaceleração dos combustíveis orientou o recuo da inflação ao produtor e ao consumidor. “Apesar disso, a variação do IGP-M avançou mais em doze meses, tendência que deve continuar até o próximo mês, dado que o IGP-M havia subido apenas 0,28% em maio de 2020”, afirma Braz.
O IPC, com o alívio de 0,98% para 0,44%, também contribuiu para a redução do ritmo de alta do IGP-M em abril. No índice, quatro dos oito grupos registraram decréscimo no período, com destaque para transportes (3,97% para 1,03%). Nessa classe de despesa, a maior influência para a desaceleração veio de gasolina, cuja taxa passou de 11,33% em março para 3,03% em abril.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos educação, leitura e recreação (0,02% para -0,76%), beneficiado por passagem aérea (0,10% para -6,57%); habitação (0,53% para 0,39%), com influência de gás de bujão (4,23% para 2,76%); e vestuário (0,18% para -0,03%), com destaque para acessórios do vestuário (1,34% para -0,09%).
Por outro lado, houve aceleração entre março e abril dos grupos saúde e cuidados pessoais (0,41% para 0,99%), influenciado por medicamentos em geral (-0,11% para 1,68%); comunicação (-0,10% para 0,36%), com combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,13% para 0,72%); alimentação (0,10% para 0,19%), impactado por laticínios (-1,51% para 1,00%); e despesas diversas (0,21% para 0,37%), com serviço bancários (0,05% para 0,36%).
Principais influências
Os itens que mais contribuíram individualmente para a desaceleração do IPC-M no período, segundo a FGV, foram: passagem aérea, maçã (-10,01% para -11,14%), batata inglesa (-12,61% para -8,27%), tomate (-11,69% para -6,57%) e etanol (16,64% para -2,75%). Em contrapartida, as principais influências individuais de alta foram gasolina, plano e seguro saúde (que repetiu a taxa de 0,83%), automóvel novo (0,87% para 1,06%), gás de bujão e aluguel residencial (0,88% para 0,62%).