O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – prévia da inflação oficial no país – avançou a 0,76% em fevereiro, ante alta de 0,55% em janeiro, quando manteve a média de dezembro (0,52%) e novembro (0,53%), após ter subido 0,16% em outubro, informou na manhã desta sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Porém, ficou abaixo do observado em fevereiro do ano passado (0,99%). Com o resultado, o IPCA-15 acumula alta de 1,31% no primeiro bimestre e de 5,63% em doze meses, ante 5,87% até janeiro. A alta de 0,76% é a mais elevada desde abril de 2022, quando houve avanço de 1,73%.
Em contrapartida, o resultado do segundo mês de 2023 fez a taxa acumulada em doze meses desacelerar ao menor nível desde março de 2021, quando era de 5,52%. Oito dos nove grupos de despesa pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preços.
Educação
O destaque foi o grupo Educação, cujos gastos das famílias passaram de 0,36% em janeiro para 6,41% neste mês, contribuição positiva de 0,36 ponto percentual para o IPCA-15 devido à alta de 7,64% dos cursos regulares e reajustes que normalmente são praticados no início do ano letivo.
As principais variações vieram do ensino médio (10,29%), do ensino fundamental (10,04%), da pré-escola (9,58%) e da creche (7,28%). As famílias também pagaram mais pelo ensino superior (5,33%), curso técnico (4,50%) e pós-graduação (3,47%).
Alimentação
A queda nos preços de proteínas como as carnes e o frango ajudou a desacelerar o ritmo de aumento da alimentação na passagem de janeiro para fevereiro. O grupo Alimentação e bebidas passou de uma alta de 0,55% em janeiro para uma elevação de 0,39% em fevereiro.
O grupo deu uma contribuição de 0,08 ponto percentual para a taxa de 0,76% do IPCA- 15 deste mês. A alimentação no domicílio subiu 0,38%, devido às altas da cenoura (24,25%), hortaliças e verduras (8,71%), leite longa vida (3,63%), arroz (2,75%) e frutas (2,33%).
Por outro lado, caíram os preços da cebola (-19,11%), tomate (-4,56%), frango em pedaços (-1,98%) e carnes (-0,87%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,40%. O lanche teve alta de 0,78%, e a refeição fora de casa aumentou 0,16%, segundo o IBGE.
Habitação
O grupo Habitação, com uma variação de preços de 0,63% e impacto de 0,10 ponto percentual sobre o IPCA-15, teve a segunda maior contribuição para a prévia da inflação em fevereiro. Houve inflação em itens como aluguel residencial (0,89%), condomínio (0,62%), taxa de água e esgoto (1,32%), gás encanado (1,50%) e energia elétrica (0,35%).
Vestuário foi o único grupo de despesas com deflação (queda de preços), de -0,05%. Os demais grupos apresentaram as seguintes variações: Comunicação (0,78%); Artigos de residência (0,71%); Despesas pessoais (0,63%); Saúde e cuidados pessoais (0,55%); e Transportes (0,08%).
Transportes
A queda de 9,45% nos preços das passagens aéreas desacelerou o ritmo de alta no gasto das famílias com transportes em fevereiro. O grupo Transportes passou de uma alta de 0,17% em janeiro para uma elevação de 0,08% em fevereiro e foi responsável por 0,02 ponto para o IPCA-15.
Os combustíveis recuaram 0,28% em fevereiro, com reduções de preços em todos eles: etanol (-1,65%), gás veicular (-1,59%), óleo diesel (-0,59%) e gasolina (-0,04%). O emplacamento e licença subiu 1,62%, incorporando a fração mensal do IPVA de 2023.
‘IPCA cheio’
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial de preços no país – fechou janeiro com alta de 0,53%, ante um avanço de 0,62% em dezembro. O resultado acumulado em doze meses no IPCA é de 5,77% até o primeiro mês de 2023, ante taxa de 5,79% até dezembro, resultado consolidado do ano passado.
Meta
Em 2022, pelo segundo ano seguido, ficou acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo Banco Central (BC), que era de 3,5%, com teto de tolerância de 5%, mas bem abaixo do IPCA de 2021, quando a inflação oficial foi de 10,06%, o maior patamar desde 2015 – na época, havia ficado em 10,67%. Encerrou 2020 com avanço de 4,52%.