Ribeirão Preto já contabilizou 60.918 casos positivos do novo coronavírus desde o início da pandemia, de acordo com publicação da Prefeitura Municipal do dia 31 de março. Desse total, foram registrados 1.529 óbitos, sendo a maior taxa de letalidade no grupo de pessoas com 90 anos ou mais, segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) e Secretaria de Estado da Saúde (SES).
O município também já aplicou 109.243 doses de vacinas na população. Segundo dados divulgados pela plataforma Vacivida da SES, foram aplicadas 79.664 vacinas na 1ª dose e 29.579 na 2ª dose. Contudo, Ribeirão Preto encontra-se, somente, na 260ª posição no ranking de vacinação do Estado de São Paulo, que faz uma comparação do número de doses aplicadas em relação à população geral daquela determinada cidade.
Com o número de casos crescendo em todo o Brasil e novas variantes aparecendo, a prefeitura de Ribeirão Preto anunciou no último dia 30 de março que o município vive o ápice pandêmico da covid-19 e que manterá as medidas emergenciais de combate ao coronavírus até o dia 11 de abril.
Diante dessa situação, a médica infectologista Cinara Silva Feliciano comentou algumas informações sobre a variante da doença, além dos cuidados que a população deve manter mesmo após ser imunizada.
Em relação à nova cepa do novo coronavírus, que sofreu mutação em Manaus, tem maior poder de transmissão e foi identificada circulando em Ribeirão Preto, Cinara explica que essa maior transmissibilidade se dá em função de uma mutação em uma proteína do vírus e tende a atingir mais pessoas jovens.
“É fato que estamos vivenciando uma situação epidemiológica diferente nesse momento, na qual é nítido o acometimento mais grave em jovens do que o visto anteriormente. Não há explicação definitiva para esse fato ainda. Possivelmente pode ser pela maior disseminação dessa variante P1 ou porque os jovens estão se expondo mais a situações de risco”, disse a infectologista.
Cinara ainda pontuou sobre os casos de reinfecção. Segundo a médica, ainda não há explicação definitiva sobre os mecanismos da reinfecção e também sobre a frequência em que isso ocorre. De acordo com ela, a maioria das suspeitas de reinfecção não é passível de comprovação, o que prejudica a análise.
“A única forma clara de confirmação é a avaliação detalhada do genoma do vírus detectado nos dois episódios, o que é pouco acessível e tem custos altos. Assim, toda a análise da evolução desses casos ainda não pode ser feita com propriedade, já que necessitaria dessa comprovação”, explicou.
Questionada sobre os cuidados que as pessoas que já tiveram a covid-19 devem manter, a infectologista reiterou que estes são sempre os mesmos, independente se a pessoa já teve ou não a doença. São eles: o distanciamento social, o uso adequado de máscaras (sempre cobrindo boca e nariz) e a higienização frequente das mãos. Cinara completou dizendo que a vacinação também permanece recomendada, mesmo após a recuperação da doença para aqueles que já a tiveram.