A produção industrial cresceu em seis dos 15 locais pesquisados em junho ante maio, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 8 de agosto.
Em São Paulo, maior parque industrial do país, houve uma retração de 2,7%. Os demais recuos ocorreram no Ceará (-6,4%), Região Nordeste (-4,5%), Amazonas (-4,0%), Paraná (-3,3%), Minas Gerais (-1,1%), Pará (-1,0%), Pernambuco (-1,0%) e Rio Grande do Sul (-0,5%).
Na direção oposta, houve avanços no Espírito Santo (4,6%), Rio de Janeiro (3,2%), Santa Catarina (2,6%), Mato Grosso (2,2%), Goiás (1,8%) e Bahia (0,5%). Na média global, a indústria nacional cresceu 0,1% em junho ante maio.
Comparação anual
A produção industrial cresceu em nove dos 18 locais pesquisados em junho de 2023 ante junho de 2022. “Junho de 2023 teve o mesmo número de dias úteis (21) do que igual mês do ano anterior”, lembra o instituto.
Em São Paulo houve um recuo de 2,4%. As demais perdas ocorreram no Ceará (-14,6%), Maranhão (-8,5%), Região Nordeste (-7,3%), Rio Grande do Sul (-3,8%), Bahia (-3,6%), Santa Catarina (-1,2%), Mato Grosso do Sul (-0,7%) e Paraná (-0,2%).
Na direção oposta, houve avanços no Rio Grande do Norte (16,5%), Espírito Santo (11,8%), Rio de Janeiro (11,7%), Mato Grosso (10,5%), Pará (6,7%), Amazonas (6,6%), Goiás (4,7%), Minas Gerais (4,4%) e Pernambuco (3,9%). Na média global, a indústria nacional avançou 0,3% em junho de 2023 ante junho de 2022.
A produção industrial operava em junho de 2023 em nível superior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19, em apenas cinco dos 15 locais pesquisados. Os parques industriais que superaram o pré-covid foram Mato Grosso (23,8% acima do pré-pandemia), Minas Gerais (7,9% acima), Amazonas (6,9% acima), Rio de Janeiro (5,4%) e Santa Catarina (1,0%).
Em São Paulo, estava 2,6% abaixo do pré-pandemia. Na média nacional, a indústria brasileira operava em patamar 1,4% abaixo do pré-crise sanitária. Os demais locais com nível de produção aquém do pré-covid foram Pernambuco (-0,4%), Goiás (-0,6%), Rio Grande do Sul (-0,9%), Paraná (-1,3%), Espírito Santo (-6,4%), Pará (-13,2%), Nordeste (-18,3%), Ceará (-20,3%) e Bahia (-20,8%).
São Paulo
A queda de 2,7% em junho ante maio na produção industrial de São Paulo foi a mais acentuada desde janeiro, quando havia encolhido 3,2%. O resultado anulou inteiramente a expansão observada em maio, de 2,7%, além de eliminar parte do ganho de 3,6% acumulado nos três meses anteriores.
Na passagem de maio para junho, os principais impactos negativos partiram dos setores de derivados de petróleo, farmacêutica e veículos automotores, aponta Bernardo Almeida, analista do IBGE responsável pela pesquisa. “São Paulo realmente funciona como lanterna”, ressalta.
“Todo mundo olha mais para São Paulo por causa da concentração do parque industrial”, confirma Almeida. “Ainda não podemos dizer que esse resultado em junho é sinalizador de que o resultado não será tão bom para frente. É preciso aguardar.”
Segundo o pesquisador do IBGE, apesar da oscilação recente, os setores que integram a indústria paulista mostram de forma disseminada uma moderação e cautela na produção, de forma a adequar a oferta à demanda pelos produtos industriais.
“São Paulo vem com um movimento bem parcimonioso, bem moderado”, disse Almeida. Em junho, a indústria de São Paulo voltou a operar em patamar 2,6% aquém do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. A produção paulista está 24,3% abaixo do pico atingido em março de 2011.