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Indígenas é tema de exposição fotográfica no SESI RP

A mostra, que traz fotografias impressas em folhas de plantas e em papel com pigmento de jenipapo, possui obras com audiodescrição e peças táteis. (Dani Sandrini )

O SESI Ribeirão Preto apresenta, a partir do dia 26 de abril de 2024 (sexta-feira), a exposição Terra Terreno Território da fotógrafa e artista visual Dani Sandrini. Com visitação gratuita e acessibilidade, a exposição conta com piso tátil, audioguia, nove obras táteis e dez obras com audiodescrição.

A mostra é composta por cerca de 50 obras de temática indígena, em dois agrupamentos fotográficos nos quais a artista utiliza duas técnicas artesanais de impressão fotográfica do século XIX para propor uma reflexão sobre como é ser indígena em grandes cidades, no século XXI.

No primeiro, a impressão é feita em papéis sensibilizados com pigmento extraído do fruto jenipapo (que muitos indígenas usam nas pinturas corporais), em um processo chamado antotipia (técnica que utiliza pigmentos vegetais como material fotossensível na impressão). São 10 obras emolduradas no tamanho 50x75cm.

Já no segundo agrupamento, as imagens são impressas diretamente em folhas de plantas – taioba, singonio, helicônia, cará-moela, batata-doce, cúrcuma e guiné – pelo processo de fitotipia (nesta técnica, a própria clorofila é o agente para produzir a imagem). As próprias folhas abrigam as 40 fotografias em molduras que variam de 35x45cm a 100x100cm.

Ambos processos se dão através da ação da luz solar, em tempos que variam de três dias a seis semanas de exposição. Todas as imagens de Terra Terreno Território foram captadas, durante o ano de 2019, em aldeias indígenas da cidade de São Paulo, onde predomina a etnia Guarani, e também no contexto da metrópole, onde vivem indígenas de aproximadamente 53 etnias.

As obras de Dani Sandrini trazem uma temporalidade inversa à prática fotográfica vigente, da rapidez do click e da imagem virtual. “O tempo de exposição longo convida à desaceleração para observar o entorno com outro tempo e sob outra perspectiva. Como a natureza, onde tudo se transforma, esses processos produzem imagens vivas e que se transformam com o tempo; uma referência a permanente transformação da cultura indígena, que não ficou congelada 520 anos atrás”, reflete a artista.

A delicadeza do processo orgânico traz também uma consequente fragilidade para as fotografias com a passagem do tempo. “Dependendo da incidência de luz natural diretamente na imagem, por exemplo, pode levá-la ao apagamento”, explica a artista. A concepção de Sandrini considera esta possibilidade como um paralelo ao apagamento histórico que a cultura indígena sofre em nosso país. Ela diz que “a proposta favorece também a discussão acerca da fotografia com seu caráter de memória e documento como algo imutável, ampliando seus contornos e podendo se vincular ao documental de forma bem mais subjetiva. A certeza é a transformação. A foto não congela o tempo. Os suportes que aqui abrigam as fotografias geram outros significados”, reflete.

Dani Sandrini – Fotógrafa, educadora e artista visual radicada em São Paulo, Brasil, Dani Sandrini fotografa comercialmente desde 1998, e desde 2014 desenvolve projetos mesclando fotografia documental/imaginária com impressões artesanais ou experimentais. Em seu ttrabalho, tem estudado o entrelaçamento de materiais e suportes com as imagens fotográficas e a ação do tempo sobre elas. Dependendo do projeto e de sua singularidade, sua fotografia pode ser simplesmente tirada com câmera digital e colocada em papel ou telas, mas também pode conter outros elementos que acrescentem significado à imagem final, além de camadas extras de subjetividade. Dani tem experiência em processos fotográficos artesanais e desenvolve projetos utilizando tranferprint, pinhole, cianotipia, antotipia e fitotipia. Nos últimos anos, seu projeto terra terreno território, sobre os povos indígenas do século XXI, vem circulando por grandes cidades. Capturadas digitalmente em São Paulo, as imagens expostas são impressas em folhas de plantas e também com o pigmento natural extraído do jenipapo. Este projeto esteve em exposições nas seguintes localidades: São Paulo, Itapetininga, Campinas, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Amparo, Olinda, Chapecó (Brasil), Colômbia, França, Portugal e Índi

 

Serviço

Exposição: Terra Terreno Território

Artista: Dani Sandrini

Abertura para convidados com bate-papo: 25 de abril de 2024 – Quinta, às 19h30

Temporada: 26 de abril a 29 de setembro de 2024

Horário: Quarta à sábado, das 11h às 20h, e domingo, das 13h às 19h.

Visitação gratuita. Classificação: Livre.

Acessibilidade: piso tátil, audioguia, obras táteis e obras com audiodescrição.

Agendamentos de grupos e escolas: enviar e-mail para [email protected].

SESI Ribeirão Preto

Centro de Atividades José Villela de Andrade Júnior

Local: Espaço Galeria

Rua Dom Luís do Amaral Mousinho, 3.465 – Jd. Castelo Branco.

Rbeirão Preto/SP |Tel.: (16) 3603-7300 | Site: ribeiraopreto.sesisp.org.br

 

 

 

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