Valdir Avelino *
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Diante da falta de sensibilidade do governo em promover uma negociação efetiva, está previsto para o final deste mês um indicativo de greve geral dos servidores públicos municipais de Ribeirão Preto. O Sindicato e os trabalhadores têm disposição para negociar, mas não podem e nem aceitam sair da data-base deste ano sem uma solução efetiva para as principais reivindicações apresentadas.
As tentativas de diálogo com o governo pelos itens da nossa pauta de reivindicações têm ocorrido desde Fevereiro, quando no último dia do mês passada protocolamos um documento com uma série de reivindicações dos servidores e empregados públicos municipais. É inconcebível que sobre a maioria dos itens apresentados, a administração pública municipal se recusa a sentar com a representação de servidores para discutir temas que lhes dizem respeito.
O Sindicato dos Servidores Municipais tem agido com muita prudência, firmeza e responsabilidade nas negociações, mas o indicativo de greve surgiu como única resposta possível diante da oferta rebaixada apresentada pelo governo. Eu não conheço ninguém que prefira greve ao entendimento. O entendimento é sempre o melhor caminho, quando possível é claro. A proposta apresentada pelo governo, por ser limitada, injusta e apequenada, infelizmente inviabiliza o caminho de ajuste entre as partes (patrão e trabalhadores).
Nem mesmo os servidores, quando são levados a cruzar os braços, gostam de paralisação. A greve não é boa para ninguém. Ela só é deflagrada em última hipótese, quando a falta a condição trabalhista vivenciada se torna insustentável, quando o lado patronal se mostra insensível. Exatamente o que está acontecendo hoje em Ribeirão Preto. Não há justiça social, transparência e nem respeito à legalidade na oferta apresentada pelo governo que, na maior parte dos itens, limitou-se a rechaçar as reivindicações dos trabalhadores.
O servidor público municipal tem o direito constitucional de deflagrar greve, pois o trabalhador tem o dever inalienável de se defender das injustiças e das ilegalidades contra ele praticadas. Não se pode querer do servidor público a ação voltada ao interesse dos demais cidadãos se o seu próprio bem, também enquanto ser humano e cidadão, não estiver sendo minimamente respeitado.
Nos próximos dias, o Sindicato está disposto a discutir com profundidade e responsabilidade propostas que levem à superação do impasse. Mas é bom que o governo saiba que a nossa categoria está mobilizada, organizada e não vai aceitar a imposição de uma proposta limitada.
* Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/RPGP)