Pacientes com o novo coronavírus que estão internados no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas de São Paulo vão passaram a utilizar ventiladores pulmonares que foram desenvolvidos pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Esses ventiladores receberam o nome de Inspire e foram desenvolvidos em apenas quatro meses por uma equipe de 200 pesquisadores, que receberam doações privadas de cerca de R$ 7 milhões.
O Incor vai utilizar dez desses ventiladores. “Estes equipamentos demonstram a capacidade dos pesquisadores, professores e alunos da Universidade de São Paulo que desenvolveram em apenas quatro meses – e a um baixíssimo custo – a produção de respiradores. Ainda em pequena escala, mas que ao longo do tempo e gradualmente ganhará condições mercadológicas”, disse João Doria, governador de São Paulo.
A expectativa é de que esses ventiladores comecem a ser produzidos em larga escala, após receberem autorização e cumprirem algumas exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma parceria entre o governo paulista e a Marinha prevê a produção de dez a 20 equipamentos por dia.
Esses ventiladores foram produzidos com custo reduzido e tecnologia majoritariamente brasileira. No início do processo eles custavam em torno de R$ 1 mil. Mas com a alta do dólar e aumento de requisitos para a sua construção, os pesquisadores acreditam que o custo unitário gire agora entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, sem considerar os impostos. Um respirador disponível no mercado custa em média R$ 15 mil.
O equipamento produzido pela USP pode ser usado tanto em casos de média complexidade como nas ocorrências de infecção por coronavírus que exigem terapia intensiva.
Edição: Valéria Aguiar