Ribeirão Preto continua em alerta contra os incêndios florestais. O risco de ocorrer novas queimadas na região é elevado devido à estiagem – que já dura cinco meses, desde meados de abril –, às altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar. A situação é de emergência, segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Nesta terça-feira, 10 de setembro, ainda havia focos de queimadas em várias cidades da macrorregião, como Franca, Cristais Paulista, Guaíra, Igarapava, Ituverava, Patrocínio Paulista e São Joaquim da Barra. Na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, Altinópolis continuava a combater as chamas.
Dados do BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que seis das dez cidades com mais focos de incêndio registrados no estado de São Paulo entre 21 de agosto e o feriado de Sete de Setembro deste ano são da região de Ribeirão Preto.
Altinópolis lidera com 114 ocorrências, seguida de Pitangueiras, com 89. Depois aparecem Olímpia (70), Sertãozinho (63), Cajuru (62), Pontes Gestal (58), Pedregulho (53), Pontal (50), Altair (48) e Motuca (44). No total, asdez cidades contabilizaram 651 focos.
Até ontem, 15 pessoas já haviam sido presas no estado de São Paulo suspeitas de atearem fogo em áreas de vegetação. São nove na macrorregião de Ribeirão Preto: três prisões em Batatais, três em Franca, uma em Santo Antônio da Alegria, uma em Patrocínio Paulista e outra em Guaraci.
As outras seis ocorreram fora da macrorregião: duas em São José do Rio Preto, uma em Pindorama, uma em Jales, outra em São Bernardo do Campo e mais uma em Salto. Além disso, em Porto Ferreira a Polícia Ambiental autuou dois homens por acender uma fogueira para limpeza da vegetação.
A região metropolitana já contabiliza uma morte por causa dos incêndios. Santa Cruz da Esperança, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, cidade onde residia a primeira vítima de incêndio da macrorregião. O lavrador Carlos Roberto Prado, de 44 anos, morreu após duas semanas internado na Ala de Queimados do Hospital das Clínicas.
A vítima teve 50% do corpo queimado devido a um incêndio em canavial no dia 25 de agosto. Ele morreu na última sexta-feira, 6 de setembro. O Inmet emitiu alerta de onda de calor para a região. A temperatura pode ficar até 5ºC acima da média até pelo menos 20 de setembro.
O Mapa de Risco, uma das ferramentas tecnológicas que auxiliam a Defesa Civil no monitoramento de queimadas em vegetação, indica a possibilidade de risco de incêndios nas regiões de Ribeirão Preto, Franca e Barretos até o próximo sábado (14). Desde 1º de setembro 81 unidades de conservação do estado de São Paulo foram fechadas em caráter emergencial.
Entre elas está a Estação Ecológica de Ribeirão Preto, a Mata de Santa Tereza, importante fragmento de Mata Atlântica. A reabertura está programada para esta quinta-feira, 12 de setembro, mas vai depender das condições climáticas. Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) enviou nota ao Tribuna.
“A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) informa que nesta quinta-feira (12) será feita uma reavaliação para reabertura ou não das Unidades de Conservação. O fechamento foi uma medida preventiva para garantir a segurança dos visitantes em caso de incêndios.”