O nível de inadimplência no País fechou o primeiro trimestre praticamente estável, com alta de 0,13%, conforme dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em igual período de 2018, o crescimento fora de 2,38%. Já em março de 2019 em relação ao terceiro mês do ano passado, houve desaceleração na quantidade de consumidores inadimplentes, alta de 2,1%, ante 3,13% anteriormente.
A despeito da quase estabilidade apurada no primeiro trimestre deste ano, o total de consumidores inadimplentes somou 62,7 milhões, o que representa mais de 40% da população adulta. Conforme a instituição, esse montante refere-se a pessoas que enfrentam dificuldades para obter acesso a crédito no mercado, seja por meio de compras a prazo, financiamentos ou empréstimos.
De acordo com o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o ritmo de recuperação da economia, que está aquém do esperado, tem afetado a melhora dos índices de inadimplência. Ele ressalta que a velocidade de recuperação da atividade econômica neste início de ano frustrou as expectativas.
“O desemprego persiste em um nível elevado e o consumo não esboça um crescimento vigoroso”, diz em nota. Apesar da desaceleração da inadimplência neste início de ano, o estoque de pessoas com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) restrito ainda é elevado, acrescenta Costa. “O que mais favorecerá um ciclo de queda da inadimplência será uma recuperação mais acentuada do mercado de trabalho e da renda dos trabalhadores”, cita.
Faixa etária – O levantamento mostra que a taxa de inadimplência foi maior entre pessoas acima dos 65 anos, ao apresentar alta de 8%, enquanto entre a população jovem de até 24 anos caiu 23%. Na casa dos 30 anos, são quase 18 milhões de inscritos em cadastros de inadimplentes. Ainda assim, o Brasil encerrou o primeiro trimestre deste ano com aproximadamente 62,7 milhões de pessoas inscritas em cadastros de inadimplentes.
Portanto, enfrentam dificuldades para obter acesso a crédito no mercado, seja por meio de compras a prazo, financiamentos ou empréstimos. Outro número calculado pela CNDL e pelo SPC Brasil é o volume de dívidas que estão no nome de pessoas físicas. Nesse caso, houve uma queda de 1,07% em março deste ano na comparação com o ano passado. Trata-se do terceiro mês seguido em que há um recuo no indicador.
As quedas mais expressivas na quantidade de dívidas foram verificadas no setor de comunicação (-9,56%) – contas de telefone, internet e TV por assinatura – e no de comércio (-5,91%). O número de dívidas bancárias, que levam em conta faturas de cartão de crédito, empréstimos e financiamentos, ficou praticamente estável em março, com ligeira alta de 0,02%. O único segmento que teve elevação no período foi em água e luz (17,20%).
O número de inadimplentes em Ribeirão Preto no ano passado estava em 253.260, cerca de 36,4% da população, estimada em 694.534, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, e em janeiro saltou para 256,4 mil, quase 37% dos moradores, alta de 6,7% em comparação com o mesmo mês de 2018, segundo a Serasa Experian.