O número de inadimplentes em Ribeirão Preto aumentou 6,5% em maio deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, de 244.631 para 260.493, com 15.862 devedores a mais. Significa que 37,5% da população da cidade, estimada em 694.534 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem alguma conta em atraso, aponta a Serasa Experian. A média de crescimento da inadimplência é superior à nacional, que ficou abaixo de 1% (0,95%).
Na comparação com abril, quando a cidade tinha 266.374 inadimplentes, a quantidade recuou 2,2%. Ou seja, 5.881 ribeirão-pretanos a mais pagaram as contas de maio. No mês passado, 38,3% dos moradores da cidade tinham alguma fatura pendente. Ribeirão Preto fechou o ano passado com 253.260 devedores, alta de 5,7% em relação aos 239.507 de dezembro de 2017, acréscimo de 13.753 pessoas.
Neste ano, a inadimplência avançou 1,6% em cinco meses, de 256.446 devedores em janeiro para 260.493 em abril, com aporte de 4.047 nomes na lista dos negativados. Em fevereiro, o caminhão Itinerante do Serasa Consumidor ficou cinco dias na cidade e atendeu 2.732 pessoas, média de 546 por dia – 54 por hora, quase uma a cada minuto. O veículo ficou estacionado na Esplanada do Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico.
Em todo o país
Em novo recorde histórico, o número de brasileiros inadimplentes chegou a 63,8 milhões em maio de 2019. Isto significa que mais de 40% da população adulta do país está com dívidas atrasadas e negativadas, segundo a Serasa Experian. Na comparação com abril deste ano (63,2 milhões), são 600 mil pessoas inadimplentes a mais, ou seja, alta de 0,95%.
Em relação ao mesmo período do ano passado, quando o número de devedores era de 61,4 milhões, a alta chega 3,9%, com 2,4 milhões de inadimplentes a mais. O montante estimado devido era de R$ 273,7 bilhões, cerca de R$ 4.458,00 por brasileiro devedor, de acordo com estudo da Decision Analytics da Serasa Experian.
Dívida de R$ 843,86 milhões
Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelam que, em média, as dívidas em atraso dos inadimplentes superam em mais de três vezes o salário mínimo atual do país. De acordo com o indicador, o inadimplente brasileiro encerrou o último mês de maio com uma dívida média de R$ 3.239,48, somando todas as pendências em seu nome.
O valor é 41% maior que a renda média mensal do trabalhador brasileiro – de R$ 2.291, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cada consumidor negativado têm, no geral, duas dívidas em aberto. Com base no valor médio das dívidas, de R$ 3.239,48, e considerando que cada um dos 260.493 ribeirão-pretanos inadimplentes tenha apenas um débito, o montante chega a R$ 843.861.863,64, também 2,2% inferior ao valor estimado de abril, de R$ 862.913.245,52, ou R$ 19.051.381,88 a menos.
Embora a somatória da dívida do brasileiro seja elevada, o levantamento mostra que um percentual relevante de pessoas deve quantias que não chegam a quatro dígitos. Em cada dez consumidores que estão com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) inscritos na lista de inadimplentes, quatro (37%) devem até R$ 500 e a maioria dos inadimplentes (53%) possui dívidas que não ultrapassam R$ 1 mil.
Já 20% devem algum valor entre R$ 1 mil e R$ 2,5 mil, ao passo que 16% devem entre R$ 2,5 mil e R$ 7,5 mil. As dívidas acima de R$ 7,5 mil são objeto de preocupação para 10% das pessoas que estão negativadas no Brasil. Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, os números refletem o atual quadro de dificuldades econômicas, com as famílias ainda enfrentando um alto nível de desemprego e a renda comprimida.
“A conjuntura ainda é desfavorável, pois a economia tem enfrentado dificuldades para esboçar uma reação mais forte para sair da crise. As expectativas que eram positivas até uns meses atrás estão sendo revisadas seguidamente para baixo, o que afeta a confiança de consumidores e empresários. Além do cenário macroeconômico adverso, o descuido dos consumidores com as finanças leva à situação de descontrole e ao consequente atraso das contas”, explica Pellizzaro Junior.
No último mês de maio, o volume de consumidores com contas em atraso e com restrições no CPF avançou 2,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Trata-se de uma leve aceleração na comparação com os primeiros meses de 2019. Em abril, o crescimento fora de 2,0%, em março de 2,1% e em fevereiro de 1,8%. Já em janeiro, a alta observada havia sido de 2,4%, também na comparação com igual período dos anos anteriores.