Tribuna Ribeirão
Economia

Inadimplência atinge 70,5 mi de brasileiros

Marcello Casal Jr/Agência Brasi

A inadimplência no país voltou a crescer em fevereiro, atingindo 70,5 milhões de bra­sileiros que estão com o nome negativado, contra 70,1 milhões de janeiro. Responsável por 31,6% das dívidas, o cartão de crédito continua sendo o seg­mento com o maior número de inadimplentes, seguido pelas contas básicas (21,7%) – ener­gia elétrica e água, por exemplo – e pelo setor de varejo (11,2%).

Cartões
Em comparação com feve­reiro de 2022, as contas com bancos e cartões contabiliza­ram aumento de 3%, enquanto os outros dois segmentos de­monstraram queda, segundo o Mapa da Inadimplência e Re­negociação de Dívidas da Sera­sa Experian.

“A inflação e os juros altos são os principais fatores que ex­plicam o atual cenário, além da sazonalidade desfavorável de fe­vereiro, que vem acompanhado de despesas típicas de início de ano, como IPVA, IPTU, reajus­te das mensalidades e outros”, aponta o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi.

“As pessoas ainda utilizam o cartão de crédito, por exem­plo, para fazer compras básicas, como alimentação e remédios. Por isso, a relação com o parce­lamento também deve ser pau­tada com base na organização financeira, para que não se torne mais uma dívida”, complementa.

Somadas, o valor de todas as dívidas ultrapassou a quantia de R$ 326 bilhões em fevereiro, número que representa cresci­mento de 24% em relação ao mesmo período do ano ante­rior (R$ 263 bilhões). No mais recente levantamento, o valor médio das dívidas de cada ina­dimplente, por sua vez, passou a ser de R$ 4.631,78.

No Distrito Federal, Santa Catarina e São Paulo, o valor médio alcançou R$ 7.071,26, R$ 6.489,30 e R$ 5.343,33, respectivamente, sendo os três maiores valores da série. Os paulistas representavam 42,28% da inadimplência do país em fevereiro de 2022, e neste ano são 44,87%. Passaram do nono para o décimo lugar.

Em fevereiro deste ano, o Rio de Janeiro alcançou a indesejada primeira posição no ranking de representatividade da popu­lação inadimplente no Brasil. Com 52,69% da população flu­minense nessa situação, o esta­do registrou um crescimento de 5,11% em relação ao mesmo período do ano anterior, quan­do ainda figurava em terceiro lugar. A região Norte do país possui cinco Estados no top 10 de maior taxa de representativi­dade de inadimplência: Amazo­nas (52,67%), Amapá (52,41%), Roraima (47,52%), Tocantins (45,49%) e Acre (45,07%).

Empresas
Em fevereiro, 6,5 milhões de empresas estavam negativadas, de acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. O volume representa R$ 112,9 bilhões em compromissos atrasados e é o maior montante da série histó­rica do índice, que começa em 2016. O total supera os números de fevereiro de 2022, quando haviam 6,0 milhões de empresas inadimplentes.

Em média, cada empresa possui sete dívidas vencidas por Cadastro Nacional de Pessoa Ju­rídica (CNPJ). Entre os setores, Serviços lidera a lista de empre­sas inadimplentes, representan­do 53,8% do total, seguido pelo Comércio (37,3%) e Indústria (7,7%). Completam a lista os se­tores Primário (0,8%) e Outros (0,4%), que abrange o setor fi­nanceiro e o terceiro setor.

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