Tribuna Ribeirão
Economia

Impostômetro vai marcar R$ 1,5 tri

O Impostômetro da Asso­ciação Comercial de São Paulo (ACSP) atinge nesta sexta-feira, 9 de agosto, às 21 horas, a mar­ca de R$ 1,5 trilhão. O mon­tante– que representa o total de impostos, taxas e contribuições pagos pelos contribuintes desde o início do ano – será alcançado 14 dias antes do que em 2018, indicando que os brasileiros es­tão pagando mais tributos aos cofres dos governos municipais, estaduais e federal.

“A carga tributária continua subindo e é nesse contexto que se discute a reforma tributária, da qual se espera simplificação do ônus burocrático – referente ao atendimento às várias exi­gências – com a unificação de alguns impostos”, diz Marcel So­limeo, economista da ACSP.

Para ele também nunca é demais lembrar que o Brasil tem a maior carga tributária entre os países emergentes e, ao mes­mo tempo, não oferece serviços públicos na mesma medida. “É preciso mais eficácia no corte dos gastos e na gestão das contas públicas”, cobra Solimeo.

Segundo Gabriel Couto, economista da Associação Co­mercial e Industrial de Ribei­rão Preto (Acirp), “este valor se compara ao de países desen­volvidos, porém, no Brasil, não há o devido retorno do poder público na maioria das ocasi­ões”, diz. Para o economista, o encaminhamento da aprovação da reforma da Previdência no Legislativo abre uma oportuni­dade rara de ampla mudança no sistema tributário brasileiro.

“Com a economia projetada superior a R$ 900 bilhões em dez anos, o país pode simplificar e reduzir a carga de impostos como um todo, sem compro­meter as contas públicas. Uma reforma tributária que corrija distorções, simplifique o pro­cesso de recolhimento, e, dentro dos parâmetros da responsabi­lidade fiscal, reduza a carga de impostos, é essencial para que o país retome o crescimento sus­tentado”. Tais medidas, segundo Couto, podem resultar em au­mento da competitividade, da produtividade e da eficiência na economia brasileira.

Divisão
O montante de R$ 1,5 trilhão registrado na manhã desta quin­ta-feira equivale à arrecadação nominal de 2019 (desconside­rando a inflação). Desse bolo tributário, o governo federal recebe 65%, aproximadamente R$ 975 bilhões . Já as 27 unida­des da federação recebem 28%, ou R$ 420 bilhões. Por fim, 7% são destinados aos 5.570 muni­cípios, cerca de R$ 105 bilhões.

O peso dos tributos sobre a economia subiu no ano passa­do. Em 2018, a carga tributária equivaleu a 33,58% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma dos bens e serviços produzidos no país –, segundo estimativa di­vulgada no final de março, pelo Tesouro Nacional. Em 2017, a carga tributária, conforme a me­todologia usada pelo Tesouro, havia sido de 32,62%.

Segundo cálculos dos eco­nomistas José Roberto Afonso e Kleber de Castro, a tributação no país atingiu o pico histórico de 35,07% do PIB em 2018 – o equivalente a R$ 2,39 trilhões. Em média, cada habitante recolheu o equivalente a R$ 11.494 em impostos. Cada bra­sileiro precisou trabalhar cerca de 128 dias apenas para quitar os seus compromissos com o pagamento de tributos.

A arrecadação de impos­tos em Ribeirão Preto passou de R$ 1 bilhão pela primeira vez, no ano passado, segundo o Impostômetro da ACSP. O painel indica que, em 2017, a cidade recolheu R$ 906,14 mi­lhões em tributos e taxas mu­nicipais, estaduais e federais, contra R$ 1,01 bilhão do ano passado, alta de 11,6% e aporte de R$ 105,86 milhões – os nú­meros foram arredondados.

O ribeirão-pretano desem­bolsou no ano passado, em mé­dia, R$ 14.578,43 apenas para pagar impostos municipais, es­taduais e federais, segundo o Im­postômetro. Em 2017, cada ha­bitante de Ribeirão Preto pagou R$ 13.280,67. O montante per capita de 2018 é 9,8% superior ao do período anterior, acrésci­mo de R$ 1.297,76.

Em 2017, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE), Ribeirão Preto tinha 682.302 habitantes, contra 694.534 do ano passado. Até as 17 horas desta quinta-feira (8), em 220 dias deste ano, o contri­buinte brasileiro já havia arcado com R$ 1,492 trilhão. Aplica­do na poupança, renderia R$ 289,07 milhões por dia. Dinhei­ro é suficiente para pagar dez sa­lários mínimos por mês (R$ 9,98 mil) durante 13.273.655 anos.

A arrecadação em Ribeirão Preto estava em R$ 653,61 mi­lhões no mesmo horário – cerca de R$ 2,97 milhões por dia, R$ 1.237,50 por hora, R$ 9.410,77 por habitante. O painel do Im­postômetro foi implantado em 2005 para conscientizar os brasi­leiros sobre a alta carga tributária. Há um semelhante na sede da Acirp, que foi retirado proviso­riamente por causa de obras. Na capital paulista, fica na sede da ACSP, na rua Boa Vista, Centro.

De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Plane­jamento e Tributação (IBPT), o brasileiro trabalha em média 153 dias, ou cinco meses por ano, só para pagar impostos. Em artigos de higiene pessoal, por exemplo, a carga tributária é de 46%. Sobre o custo de um eletrônico, incidem cargas de 43%. Em itens de perfumaria as taxas chegam a 70%.

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