O Impostômetro da Associação Comercial de São P0aulo (ACSP) vai marcar, às 13h20 desta sexta-feira, 24 de maio, pela primeira vez mês, a marca de R$ 1 trilhão, com onze dias de antecedência em relação ao ano passado. O valor corresponde ao total de impostos, taxas, multas e contribuições cobrados dos brasileiros desde o primeiro dia de 2019, nas três esferas de governo. São dez tributos municipais, cinco estaduais e 48 federais, totalizando 63.
Há exatamente um ano, em 24 de maio, o painel registrou R$ 944,6 bilhões, ou seja, a arrecadação apresentou crescimento (nominal) de 5,86% de um ano para outro, explicado pela inflação do período e pela ligeira alta do Produto Interno Bruto (PIB), segundo Marcel Solimeo, economista da ACSP. “O Brasil cobra hoje de sua população um total de 63 tributos (impostos, taxas e contribuições). É muita coisa e o retorno disso em serviços para os cidadãos é muito tímido”, diz.
“Fazer uma reforma tributária é essencial para o Brasil se desenvolver e se modernizar. Num primeiro momento, o caminho tem de ser a simplificação, de maneira a diminuir a quantidade de tributos. Num segundo momento, quando a economia estiver melhor, é preciso focar na redução da carga tributária”, emenda Solimeo. Essa é a primeira vez que a marca de R$ 1 trilhão do Impostômetro é atingida no mês de maio. Para se ter uma ideia da evolução da carga tributária no Brasil ao longo dos anos, em 2010 o valor de R$ 1 trilhão foi alcançado em outubro.
A arrecadação de impostos em Ribeirão Preto passou de R$ 1 bilhão pela primeira vez, no ano passado, segundo o Impostômetro da ACSP. O painel indica que, em 2017, a cidade recolheu R$ 906,14 milhões em tributos e taxas municipais, estaduais e federais, contra R$ 1,01 bilhão do ano passado, alta de 11,6% e aporte de R$ 105,86 milhões – os números foram arredondados.
O peso dos tributos sobre a economia subiu no ano passado. Em 2018, a carga tributária equivaleu a 33,58% do PIB – soma dos bens e serviços produzidos no país –, segundo estimativa divulgada no final de março, pelo Tesouro Nacional. Em 2017, a carga tributária, conforme a metodologia usada pelo Tesouro, havia sido de 32,62%.
O ribeirão-pretano desembolsou no ano passado, em média, R$ 14.578,43 apenas para pagar impostos municipais, estaduais e federais, segundo o Impostômetro Em 2017, cada habitante de Ribeirão Preto pagou R$ 13.280,67. O montante per capita de 2018 é 9,8% superior ao do período anterior, acréscimo de R$ 1.297,76. Em 2017, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ribeirão Preto tinha 682.302 habitantes, contra 694.534 do ano passado.
Até as 17h30 desta quinta-feira (23), em 143 dias deste ano, o contribuinte brasileiro já havia arcado com R$ 994,90 bilhões, dinheiro suficiente para receber 50 salários mínimos por mês durante 1.769.676 anos. Aplicado na poupança, renderia mais de R$ 192 mil por dia, R$ 5,8 milhões por mês. Ou comprar mais de um milhão de unidades do carro Porsche Panamera 4.8 V8 T.
A arrecadação em Ribeirão Preto estava em R$ 435,70 milhões no mesmo horário – cerca de R$ 3,04 milhões por dia, R$ 101,56 mil por hora. O painel do Impostômetro foi implantado em 2005 para conscientizar os brasileiros sobre a alta carga tributária. Há um semelhante na sede da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). Na capital paulista, fica na sede da ACSP, na rua Boa Vista, Centro.
De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o brasileiro trabalha em média 153 dias, ou cinco meses por ano, só para pagar impostos. Em artigos de higiene pessoal, por exemplo, a carga tributária é de 46%. Sobre o custo de um eletrônico, incidem cargas de 43%. Em itens de perfumaria as taxas chegam a 70%.