A Iguatemi, dona de uma rede de 16 shopping centers, pretende realizar investimentos de R$ 330 milhões a R$ 400 milhões em 2025, conforme meta divulgada pela companhia na noite de terça-feira, 18 de fevereiro. O montante, se confirmado, será bem maior do que os R$ 234 milhões de 2024, crescimento entre 41% e 71%.
Esse aumento está relacionado, principalmente, ao início das obras de expansão de dois empreendimentos neste ano – o Iguatemi Brasília e o Iguatemi São Paulo – com aportes previstos na ordem de R$ 120 milhões e R$ 150 milhões.
Além disso, a Iguatemi pretende investir entre R$ 60 milhões e R$ 70 milhões com o desenvolvimento da infraestrutura do bairro planejado de Campinas (SP). O restante vai para manutenção dos shoppings, ações comerciais, tecnologia da informações e outros fins. A projeção não inclui aquisições.
“Estamos bem tranquilos com nossos guidances (metas)”, afirma o vice-presidente financeiro da Iguatemi, Guido Oliveira “O ano de 2024 foi excelente. E para 2025 estamos otimistas, apesar do cenário macroeconômico mais difícil por causa do aumento da taxa de juros”, disse, em entrevista ao Broadcast.
Oliveira frisou que a Iguatemi está em seu ápice em termos de desempenho operacional e financeiro, tendência que deve ser mantida neste ano. “Estamos muito confortáveis”. O grupo mantém uma unidade do Shopping Iguatemi em Ribeirão Preto, na avenida Luiz Eduardo Toledo Prado nº 900, na Vila do Golfe.
A empresa também divulgou projeção de crescimento da receita líquida dos shoppings entre 7% a 11% neste ano, o que aponta para uma aceleração em relação ao ano passado, quando a expansão foi de 7,2%. A margem Ebitda dos shoppings para o ano foi estimada entre 82% a 85%, enquanto a margem Ebitda total prevista foi de 75% a 79%.
A Iguatemi atingiu a ocupação recorde de 97,7% dos shoppings, com valores de aluguéis mais altos e cortes de descontos para os lojistas – fatores que devem sustentar o crescimento da receita ao longo do ano, citou Oliveira.
As vendas totais nos shoppings da Iguatemi foram de R$ 7 bilhões no quarto trimestre de 2024, aumento de 19,2% em relação ao mesmo período de 2023.A companhia destacou que o movimento nos shoppings seguiu forte neste começo de ano.
Em janeiro, as vendas totais subiram 18,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, já abrangendo os números do recém-adquirido Riosul. Considerando os mesmos shoppings, a alta em janeiro foi de 10%. A inadimplência dos lojistas ficou negativa em 3%. Isso acontece quando a empresa recupera mais valores antigos do que sofre de novos atrasos.
Lucro A Iguatemi reportou lucro líquido ajustado de R$ 164,1 milhões no quarto trimestre do ano passado, 21,9% acima do mesmo período de 2023. A margem líquida ajustada foi de 43,7%, aumento de 3,0 ponto percentual na mesma base de comparação.
O crescimento do lucro da Iguatemi está relacionado, principalmente, à expansão no faturamento dos shoppings e do seu braço de varejo, segundo a empresa. No ano inteiro de 2024, o lucro líquido ajustado totalizou R$ 399,4 milhões, avanço de 31,1% ante 2023. Já a margem líquida ajustada no ano foi a 37,6%, melhora de 6 pontos percentuais.
O critério “ajustado” exclui o efeito contábil da linearização dos aluguéis, da participação na Infracommerce e do resultado do swap de ações. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e consolidado atingiu R$ 315,3 milhões no trimestre, avanço de 19,4% na comparação anual.
A margem Ebitda ajustado foi de 84,0% no trimestre, alta de 4,2 p.p. na mesma base de comparação. No ano, o Ebitda ajustado e consolidado superou a marca de R$ 1 bilhão pela primeira vez. Ele foi a R$ 1,024 bilhão, alta de 11,4% em relação ao ano anterior.
O FFO ajustado atingiu R$ 219,3 milhões no trimestre, expansão de 23,3%, com margem FFO ajustada de 58,4%, alta de 4,6 p.p. No ano, o FFO ajustado totalizou R$ 693,3 milhões, alta de 23,2%. A receita líquida no último trimestre de 2024 alcançou R$ 375,2 milhões, aumento de 13,5%. No ano, somou R$ 1,321 bilhão, expansão de 7,7%.
De outubro a dezembro de 2024, a empresa reportou crescimento de 8,3% na receita com locação, indo a R$ 275 milhões, resultado do aumento da ocupação dos shoppings, ajustes em contratos de locação e recuperação de valores atrasados.
Já a receita com estacionamento subiu 12,9%, para R$ 65,5 milhões, enquanto a receita do braço de varejo (Iguatemi 365 e I-Retail) apresentou alta de 32,6%, para R$ 62,3 milhões, na mesma base de comparação. A companhia reportou despesas administrativas de R$ 41,8 milhões ao final de dezembro, crescimento de 35,3%.
Circe Bonatelli (AE)