Começaram nesta semana as obras de recuperação do prédio da Igreja Santo Antoninho Pão dos Pobres, na avenida Saudade nº 202, no bairro Campos Elíseos, Zona Norte de Ribeirão Preto. O imóvel foi tombado em 2009 pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac).
A igreja foi construída no século XIX, entre os anos de 1892 e 1898, e fundada em 13 de junho de 1903 pelo padre Euclides Carneiro. É um dos monumentos mais antigos da cidade – e a mais antiga igreja, em pé, de Ribeirão Preto. O engenheiro José Roberto Romero será o responsável pelas obras autorizadas pelo colegiado.
Neste momento, a fundação dos dois pilares entre o presbitério e a nave central da igreja está sendo reforçada. Simultaneamente acontece a reforma do telhado e a construção de uma rampa de acessibilidade. Já a recuperação estrutural das paredes será realizada posteriormente.
Vai depender dos recursos financeiros que serão arrecadados por meio de doações e campanhas feitas pelos responsáveis e fieis pela igreja. A recuperação estrutural das paredes da igreja depende ainda da prospecção das camadas pictóricas das estruturas antes da intervenção.
Ou seja, será preciso fazer um levantamento para identificar o tom e a qualidade cromática da primeira camada de pintura e os detalhes decorativos. Reitor da igreja desde 2008 e defensor do restauro, o padre Gilberto Kasper sempre afirmou que o prédio sofre problemas e sérios riscos estruturais.
Kasper sonha em transformar o local em um espaço cultural ecumênico de espiritualidade. Articulista do Tribuna, o padre escreveu vários artigos sobre o assunto, nos quais conta o imbróglio, a burocracia, história e situação da Igreja Santo Antoninho e suas dificuldades.
O edifício localizado ao lado da igreja, a Casa da Amizade, que foi sede da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, fundada pelo escritor, jornalista, advogado e historiador Rubem Cione, que morreu em 2007, aos 89 anos, e que também era tombado, hoje não existe mais.
Depois de um incêndio em 2019, sua estrutura foi comprometida. Recentemente foi demolida irregularmente. A edificação é parte integrante de um conjunto arquitetônico, cujo prédio principal é o casarão denominado “Villa Emília”, ao lado do templo.
Também abrange o Mosteirinho, uma área com entrada pela rua Rio de Janeiro. A igreja foi tombada provisoriamente em 9 de dezembro de 2009. O projeto inicial é do engenheiro César Formenti. O local já foi furtado mais de 30 vezes, segundo o padre.