Tribuna Ribeirão
Cultura

Igreja busca recursos para reforma

A Cúria Metropolitana de Ribeirão Preto acaba de lan­çar uma grande campanha de arrecadação de fundos para a reforma da Catedral Metropo­litana de São Sebastião, a Igre­ja Matriz, localizada na área central da cidade. Laudos ela­borados em 2013 pelo Centro Tecnológico Falcão Bauer já apontavam rachaduras e infil­trações no prédio histórico.

Desde sábado, 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade, 17 das 58 linhas de ônibus que passam no entorno do prédio foram transferidas para reduzir a trepidação na re­gião. A principal peça publicitá­ria da campanha é um vídeo da produtora ribeirão-pretana K2 com o jornalista e apresentador da Globo Heraldo Pereira, nas­cido em Ribeirão Preto (veja no site do jornal Tribuna, www.tri­bunaribeirao.com.br).

Segundo a Pastoral da Co­municação (Pascom), a campa­nha teve início com o lançamen­to da rifa de um Volkswagen Fusca ano 1994, em excelente estado, pelo valor de R$ 2 a par­ticipação. Outra ação, segundo o coordenador da Pascom, Arthur Augusto, será uma grande quer­messe em 14 de julho, data em que a rifa será sorteada – o even­to será na alameda da Praça das Bandeiras, em frente à Catedral Metropolitana.

As obras de restauração, orçadas em cerca de R$ 3 mi­lhões, ainda não tem data para começar. “O Padre Chico (pa­dre Francisco Jaber Zanardo Moussa), da Catedral Metropo­litana, também dará início a um processo junto ao Programa de Ação Cultural (Proac), do go­verno do Estado, tentando uma verba de cerca de R$ 1 milhão”, afirma Arthur Augusto.

Os fiéis que também qui­serem fazer doações de outros valores podem procurar pela secretaria da Catedral Metro­politana de São Sebastião, por meio do telefone (16) 3625- 0007 ou efetuar depósito ban­cário na conta do banco Brades­co, CNPJ 45.231.560/0003-57, agência 0064, conta 16000-8.

A primeira igreja de Ribeirão Preto, a “velha Matriz”, começou a ser construída em 1866 e fi­cou pronta em 1870, onde hoje é a praça XV de Novembro. No final dos anos 1900, depois que as torres ruíram, a população se mobilizou para a construção de um novo templo católico “a altu­ra de sua importância”.

Em 1892, foi formada a pri­meira comissão encarregada de construir uma nova igreja. Entre seus membros, o “rei do Café” coronel Francisco Schmidt e o também fazendeiro Manoel da Cunha Diniz Junqueira, que muito tempo depois teria seus restos transladados para a Cate­dral Metropolitana.

Em 21 de outubro de 1893, de forma solene, foi dada a ben­ção e lançada a pedra funda­mental da nova igreja, no “largo do cemitério velho” – referência ao cemitério que existiu naquela área, provavelmente na década de 1870. Mas o projeto emper­rou por vários motivos, inclusive devido a um surto de febre ama­rela na cidade.

Em janeiro de 1901, no Te­atro Carlos Gomes, aconteceu a reunião para julgamento das 33 plantas encaminhadas por 25 engenheiros e arquitetos. Ven­ceu o projeto do sueco Carlos Ekman, um dos introdutores do neoclassicismo no Brasil. Em 3 de março de 1904 foi novamente lançada a pedra fundamental da futura Igreja Matriz. Em dezem­bro daquele ano foram conclu­ídos os alicerces e em maio de 1905 foi celebrada uma missa campal no local.

As paredes foram levantadas entre 1905 e 1908. Em fevereiro de 1909, dom Alberto José Gonçalves tomou posse como primeiro bispo – a cerimônia aconteceu na Igreja São José (um acanhado prédio na rua Álvares de Cabral nº 55). Em 21 de março de 1909 dom Alberto benzeu as partes concluídas e o novo templo assumiu o papel de palco maior do catolicismo na cidade.

Além de templo, a Catedral Metropolitana é também uma tumba honorífica. Lá estão sepul­tados todos os bispos e arcebispos que faleceram no cargo, além do monsenhor João Lauriano, vigá­rio-geral da Diocese de Ribeirão Preto de 1927 até a sua morte, na década de 1970. Estão enterrados sob o piso da igreja dom Alber­to José Gonçalves, dom Luis do Amaral Mousinho, dom Felício César da Cunha Vasconcelos, dom Bernardo José Bueno Mieli, dom Romeu Alberti.

Desde 18 de dezembro de 2009, o corpo de dom Arnaldo Ribeiro está no local. Em 23 de junho de 2012, dom Joviano de Lima Júnior também foi sepul­tado na cripta que fica debaixo do altar. O atual arcebispo é dom Moacir Silva. A Catedral Me­tropolitana de São Sebastião foi tombada em junho de 2014 pelo Conselho de Defesa do Patri­mônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).

A medida inclui todo o con­junto arquitetônico do entorno, como a praça da própria catedral, a Praça das Bandeiras e o Palácio Episcopal, residência oficial do ar­cebispo. A Catedral de São Sebas­tião já havia sido tombada em 2009 pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural de Ribeirão Preto (Conpacc).

Em 2011, o Condephaat, atendendo a um pedido do padre Francisco Zanardo Mussa, feito quatro anos antes, autorizou a abertura de estudos para o tomba­mento estadual, que teve delibera­ção favorável em 2012. O processo foi concluído dois anos depois.

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