Presidente do PSDB e pré-candidato do partido ao Planalto, Geraldo Alckmin afirmou nesta quarta-feira, 18, ser “evidente” que o melhor cenário para a sigla é que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) não concorra às eleições desse ano. Em entrevista à rádio Bandeirantes, o ex-governador disse, no entanto, que espera que a decisão parta do próprio Aécio e seja anunciada “nos próximos dias”.
“Aécio sabe o que penso, é claro que o ideal é que não seja candidato, é evidente. Acho que ele mesmo, assim como tomou a decisão de se afastar da presidência do partido (quando surgiu a denúncia), tomará essa decisão. Vamos aguardar a decisão dele. Tenho certeza que vai tomar e se dedicar à questão processual e à defesa”, disse Alckmin.
O ex-governador de São Paulo afirmou ainda que o episódio envolvendo Aécio, que foi o candidato do partido na eleição presidencial e 2014, é “muito ruim”. “Mas o que se faz numa democracia: o Judiciário toma as medidas que tem que tomar, a pessoa se defende e é julgada”, emendou.
Na terça-feira, 17, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador tucano pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça, com base na delação premiada do Grupo J&F. Aécio se tornou réu pela primeira vez no Supremo por causa do episódio em que foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS.
Na entrevista desta quarta-feira, Alckmin também tentou minimizar o impacto da notícia sobre as pretensões tucanas em MG, o que também diminuiria suas chances no Estado. “Vamos ter grande candidato a governador em Minas, que é o Antônio Anastasia. Acho que o mineiro vai escolher o melhor para o Brasil, a situação financeira do governo de MG é catastrófica com o governador do PT”, declarou.
Lula – Alckmin tentou diferenciar as atitudes de seu partido e do PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava Jato, em relação à Justiça. Segundo ele, enquanto os petistas partem para o enfrentamento, o partido acata as decisões judiciais e aguarda o fim do inquérito.
“Há uma diferença nessas questões. O Lula é o grande imperador do PT, tratam Lula como injustiçado, preso político. Não é nada disso, nós não fazemos isso no PSDB. Todos, não tem nenhuma distinção entre partidos”, afirmou.