O que a ave soldadinho-do-araripe, o peixe cambeva-minhoca-do-ribeira, o papa-vento da chapada, o aruá-do-mato e o sapinho do itambé têm em comum? Esses cinco animais da fauna brasileira integram a lista de 364 espécies nacionais classificadas como “criticamente em perigo” de extinção, segundo plataforma online lançada no início do mês pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Avaliar populações de animais nos mais diversos biomas brasileiros e conhecer as possíveis ameaças: queimadas, desmatamentos, destruição de habitat, caças e matanças deliberadas. Essa é a função da ferramenta lançada pelo ICMBio, que divulgou a evolução de estudos e a publicação da plataforma na internet que apresenta a situação de quase 15 mil espécies no país.
Trata-se do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade, conhecido como Salve. Qualquer pessoa pode fazer pesquisa na plataforma, pelo nome popular ou científico do animal. Para o coordenador da Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna (Cofau) e analista ambiental do ICMBio, Rodrigo Jorge, a iniciativa vai contribuir para a conservação das espécies ameaçadas.
“Precisamos avançar na realização de análises para estimar a tendência da biodiversidade
Catalogação
Dentro das quase 15 mil espécies avaliadas, já estão publicadas e disponíveis as fichas completas de 5.513 espécies. Segundo o ICMBio, a expectativa é que – até o final deste ano – sejam concluídos os trabalhos para a publicação de nova atualização da lista de espécies ameaçadas da fauna brasileira e disponibilização das fichas das espécies.
“O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar a maior biodiversidade do planeta, e a partir da atualização e disponibilização desses dados será possível reforçar a implementação de ações que promovam a conservação da nossa fauna”, diz Rodrigo Jorge.
O ICMBio exemplifica que as informações disponíveis na plataforma podem ser utilizadas para processos de licenciamento ambiental. Acentua que “análises realizadas a partir dos registros de ocorrência de espécies disponibilizados no Salve permitirão verificar áreas de concentração de espécies ameaçadas”.
Segundo o instituto, o desenvolvimento da plataforma teve início em 2016 com profissionais do instituto. Esse processo de avaliação do risco de extinção das espécies da fauna brasileira foi conduzido pelos 13 centros nacionais de pesquisa e conservação (CNPC) do órgão.
Mais de 1,5 mil profissionais participam das avaliações. Os trabalhos seguiram o método de categorias e critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e os resultados são publicados somente após a validação das informações.