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Humanidade 

Sérgio Roxo da Fonseca *
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Taís Costa Roxo da Fonseca **
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Se fosse possível registrar os imensos conflitos envolvendo os homens, a contar dos fatos históricos e outros recentemente registrados, seria necessário anotar em um aparelho da denominada “inteligência artificial”, para não correr o risco de ultrapassar até mesmo os seus limites.

Vejamos os mais notáveis: o trucidamento de civis, principalmente judeus pelos nazistas na Alemanha; o lançamento pelos Estados Unidos de bombas atômicas sobre duas cidades japonesas, alvos civis, Hiroshima e Nagazaqui; a invasão do Vietnã pelos Estados Unidos; a invasão do Iraque pelos Estados Unidos; a invasão da Ucrânia pela Rússia; a guerra eclodida entre o Hamas e Israel.

O tema chama atenção, basta ver que o jornal “O Estado de São Paulo (pgs. 6.8/9) sob o título “MATAR RIVAIS NO EXTERIOR NÃO GERA MAIS VERGONHA” examina as vergonhosas execuções cometidas por governantes atuais, sem que sejam (quase sempre) livres de perseguição jurídica.

É escusado anotar que a civilização cometeu (e ainda comete) crimes brutais contra africanos. Um deles histórico, retratado em quadro histórico exibido em Boston, conhecido como o “Navio Negreiro”, registra a aproximação de um navio inglês, ao aproximar das costas americanas, é avisado que o contrato d seguros está pagando muito mais do que os escravos africanos. O comandante joga ao mar, matando, um número escandaloso de homens, mulheres e crianças para receber o seguro em lugar do possível preço de sua venda em terra firme.

Os fatos arquivados demonstram muito mais se o leitor tivesse tempo para proceder ao registro. Mas mesmo ultrapassando os limites, o noticiário jornalístico comunica que a civilização convive atualmente com o desmatamento das florestas, especialmente a amazônica; o degelo do sistema ártico; e o envenenamento das águas marítimas e fluviais.

Todos esses trágicos acontecimentos resultam do estágio em que se encontra a civilização? Infelizmente a resposta é afirmativa, colocando-se em relevo a enorme dificuldade da Organização das Nações Unidas para ao menos tentar diminuir suas insuperáveis decisões. O que devemos entender como humanidade?

A obra máxima escrita pelo padre e filósofo Teilhard de Chardin (1881-1955)no seu livro O Fenômeno Humano” examina a questão.

O Padre Chardin define o que poderia significar o conceito de “humanidade” como a soma de todos os homens reunidos, com seu conhecimento ou não, em busca de edificar a civilização. A humanidade existe?  A história do mundo é a história do homem e da humanidade?

Os leões se matam? E as onças lutam entre si? E os tucanos se estraçalham? Os peixes se comem? E as rosas desfolham-se mutuamente? As margaridas já lutaram entre si? Não há registros de conflitos entre seres irracionais e vegetais? Só os homens matam-se uns aos outros. Qual seria a razão lógica que leva os homens a se destruir? Seria a sua racionalidade?  Mas qual racionalidade? Os animais e os vegetais não estão destruindo o mundo? Não. E a civilização humana está destruindo o mundo? Os animais e os vegetais poderiam ensinar os homens a viver em paz? O Padre Chardin indica em sua obra que a “humanidade” foi criada pelos homens.

Como construir uma convivência pacífica entre todos os homens já que a sua história, vinda de um passado remoto e recente, é marcadamente definida como desastrosa e brutal? Seguramente pela construção da humanidade fruto da obra humana, segundo a lição do Padre e filósofo Pierre Teilhard de Chardin.

* Advogado, professor doutor, procurador de Justiça aposentado e membro da Academia Ribeirãopretana de Letras

** Advogada 

 

 

 

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