A prefeitura de Ribeirão Preto vai ampliar o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva para o tratamento de pacientes com covid-19 no Hospital Santa Lydia. Hoje, a unidade conta com 25 vagas na UTI e 15 na enfermaria. Com a ampliação, a instituição municipal de saúde passará a ofertar 32 leitos para pacientes que desenvolvem a forma grave da doença.
“O Estado nos enviará dez respiradores, sendo que três ficarão de reserva. Isso nos possibilitará a ampliação de leitos na cidade e, assim, garantir assistência médica para população. Vamos também ampliar o quadro de profissionais da saúde”, diz o prefeito Duarte Nogueira (PSDB).
O diretor superintendente da Fundação Santa Lydia, Marcelo Carboneri, explica que o processo de contratação está em andamento. O quadro de 320 profissionais que já trabalham no hospital será reforçado com mais 28 técnicos de enfermagem, dez enfermeiros, quatro médicos, seis fisioterapeutas, seis profissionais de limpeza, nutricionista e auxiliar de farmácia.
“Abrir leitos de UTI demanda uma estrutura complexa de equipamentos, insumos e recursos humanos. Já demos início às contratações, sendo que a previsão para os profissionais começarem a atuar é até o dia 8 de fevereiro”, diz Carboneri.
“Além, de recursos humanos os leitos de UTI necessitam de equipamentos e insumos como sete monitores, carrinho de urgência, camas, 28 bombas de infusão, respiradores, cardioversor, materiais e medicamentos, além da necessidade de reforçar o estoque de oxigênio”, explica.
O prefeito diz que nas últimas três semanas foram abertos 73 novos leitos de UTI na cidade, aumento de 74%. Porém, com média diária de novos casos superior a 200, mesmo que a cidade disponibilize novas vagas haverá colapso no setor parte desses contágios for de natureza grave.
O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto também vai ampliar os leitos destinados para pacientes de covid-19 nas próximas semanas. Serão dez na próxima, a primeira de fevereiro, e, no decorrer do mês, mais 18. Já para esta segunda-feira (1º) há a previsão de que cinco vagas de terapia intensiva começam a funcionar.
O HC também destinará R$ 15 milhões para a contratação de 252 novos profissionais de saúde. Entre eles, estão mais de 100 técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e 45 médicos. O acordo feito com a Secretaria de Estado da Saúde era de 48 leitos. Mas, com a evolução dos casos na cidade, foi preciso aumentar este número.
A ocupação de leitos de terapia intensiva estava em 82,9% às 19 horas desta sexta-feira, 29 de janeiro, em Ribeirão Preto, mesmo com a abertura de novas vagas. Segundo a plataforma leitoscovid.org, havia pacientes internados em 145 das 175 vagas disponibilizadas pelos onze hospitais da cidade. Na enfermaria, a taxa era de 64,2% no mesmo horário, com 111 dos 173 leitos ocupados.
Apesar da abertura de novas vagas, o sistema trabalha no limite. O número de leitos é variável, muda a cada dia de acordo com a necessidade. Depois de atingir 100% de ocupação no dia 7, nas unidades Campus e de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HCFMR/USP), estavam com 94,7% dos leitos de terapia intensiva ocupados no mesmo horário desta sexta-feira.
Segundo a plataforma, as duas unidades do HC reduziram o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de 89 para 40, depois para 20, caiu para 15, saltou para 18, na sexta-feira subiu para 23, chegou a 28 e agora foi a 38, sendo que 36 estavam ocupados.
Na enfermaria caiu de 52 para 33 leitos, subiu para 35 e caiu para 29. Ontem abrigava 16 pacientes com quadro menos grave da covid-19, ou 55,2% de ocupação. Ribeirão Preto tinha 69,9% de ocupação de leitos de UTI no dia 28 de janeiro (era de 71,1% no dia 21 e de 67,5% no dia 14) e taxa de 16,9 de terapia intensiva para cada 100 mil habitantes (era de 15,4 vagas até dia 21 e de 13,4 até dia 14).
Para rebaixar Ribeirão Preto e as outras 25 cidades da área de atuação do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII) para a fase vermelha, o Centro de Contingência do Coronavírus do governo estadual considerou a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva na região, que tem maior peso no Plano São Paulo.
Em uma semana, o Departamento Regional de Saúde apresentou piora nos índices de vagas em UTI, passando de 73,1% para 82%, taxa de fase vermelha. O DRS-XIII, com sede em Ribeirão Preto, é o terceiro pior do Estado no quesito de ocupação em leitos de terapia intensiva, ficando atrás apenas das regiões de Bauru (86,3%) e Marília (83,4%).