O Hospital São Lucas se torna pioneiro em Ribeirão Preto e região com a primeira realização do procedimento auxiliado por FTRD (full-thickness resection device). Realizado em uma endoscopia, o dispositivo permite que sejam tratados lesões e tumores no sistema digestivo em camadas mais profundas de forma menos invasiva, sem intervenção cirúrgica.
Aprovado recentemente pela ANVISA, a técnica vem sendo utilizada na Europa e Estados Unidas há aproximadamente uma década, e é indicado para lesões profundas, com tumores mais avançados e lesões grudadas em uma das camadas do sistema digestivo. A técnica é direcionada para lesões no estômago, duodeno, intestino grosso ou reto. O tratamento pode ser para neoplasias (cânceres) ou lesões pré-neoplásicas, conhecidas como adenomas.
“A principal vantagem desse procedimento é que ele permite retirar lesões que não seriam possíveis por outras técnicas endoscópicas, apenas por cirurgia. Nossos órgãos são compostos por diversas camadas, e as outras técnicas de endoscopia só retiram a primeira camada, chamada de mucosa. Essas técnicas exigiam que realizássemos uma injeção de um soro para elevar a lesão, e existem lesões que são grudadas e não podem ser elevadas, seja por terem sido mexidas anteriormente ou seja por ter recidivado. Essa técnica retira a camada mucosa, submucosa, muscular e serosa, ou seja toda espessura do órgão, semelhante a uma retirada cirúrgica. Então os benefícios estão nessa ressecção de lesões em camadas mais profundas que na mucosa de forma menos invasiva”, explica o endoscopista do Hospital São Lucas, Vitor Brunaldi (CRM: 157.189 / RQE: 80775 e 80776 ).
O primeiro caso da região foi o terceiro no Brasil, com dois casos anteriores no Rio de Janeiro e São Paulo. Em Ribeirão Preto, foi realizado o procedimento de ressecção em lesão pré-neoplásica complexa, evitando uma indicação de cirurgia. A técnica FTRD permitiu a retirada menos invasiva da lesão.
Feito com anestesia geral, o procedimento é praticamente indolor e tem as dores no local de inserção do equipamento tratadas com medicamentos simples, como novalgina. O paciente não precisa de internação e recebe alta algumas horas depois.
“Nosso corpo clínico do São Lucas já tem o treinamento obrigatório e certificação para utilizar o dispositivo que expande o horizonte e a capacidade de tratamento de lesões cancerígenas por endoscopia”, finaliza o médico.
Para o diretor do Hospital São Lucas, Dr. Marcelo Puga (CRM-SP 120.439), a nova aquisição e capacitação dos médicos vem de encontro ao empenho do grupo em investir em novas tecnologias e proporcionar melhor recuperação e bem-estar ao paciente com procedimentos menos invasivos.
“Dentro da história do Hospital São Lucas, a inovação e pioneirismo se confundem com toda a evolução da Instituição. Nesse contexto, diante dos benefícios inequívocos que a técnica inovadora propõe aos pacientes sob o risco de uma doença oncológica incipiente, o Hospital São Lucas não poderia fazer diferente daquilo que já é tradição, e mais uma vez demonstra seu comprometimento em oferecer cuidados que vão muito além do propósito do diagnóstico”, afirma.