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Homem recebe telefonema informando sua própria morte

 

Armando Richard de Lima, de 27 anos, recebeu na madrugada desta quinta-feira, 15 de março, a ligação mais “estranha” de toda sua existência. O celular tocou, ele atendeu e uma funcionária do Hospital Santa Casa informou que ele havia morrido. O marceneiro procurou a Central de Polícia Judiciária (CPJ) para confirmar que estava vivo, saudável e solerte.

De fato, um homem morreu com suspeita de overdose no plantão hospitalar, e ele foi identificado com o nome de Lima. A confusão estava armada. O fato é que um morador de rua – até agora sem identificação – foi internado no domingo (11), depois de passar pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e acabou sendo identificado como Armando Richard de Lima. Ele deu entrada com suspeita de overdose.

O paciente estava com pneumotórax hipertensivo por causa de complicação de tuberculose não tratada e foi a óbito. Funcionários do hospital pesquisaram no sistema do Sistema Único de Saúde (SUS), encontraram um cadastro com o nome do marceneiro e entraram em contato. Incrédula, a enfermeira ouviu Armando Richard de Lima atender ao celular e afirmar que não tinha problemas de saúde. Disse mais, que não havia estado em hospital algum, muito menos  no Instituto Médico Legal (IML) ou no cemitério.

Revelou que estava em casa, cuidando do filho. Ele comentou que recebeu uma chamada por volta da 1h30 da manhã, quando tinha acabado de colocar o recém-nascido pra dormir. O bebê nasceu há 20 dias e quando o celular tocou, Lima levou um susto. “Sem conseguir contato com a família, ligaram para o número cadastrado no SUS, atualizado há uma semana”, afirmou.

Armando Richard de Lima registrou boletim de ocorrência (BO) na Central de Flagrantes. E esclareceu que vai dar andamento ao boletim de ocorrência, inclusive vai fazer um adendo ou abrir um segundo BO com as informações corretas, assegura.  O marceneiro pesquisou e encontrou resultados de exames e atendimentos prestados na rede pública de saúde feitos em seu nome, mas que nunca fez.

“O que eu descobri até agora é que ele – o moraDor de rua não identificado –  fez muitos exames, tinha tuberculose, sífilis e que passou por vários postos de saúde de Ribeirão Preto. Isso mostra que ele estava usando meu nome há bastante tempo”, explica. “Quase ganhei um atestado de óbito. Hoje é o dia da ressurreição”, brinca.

Em nota, a Santa Casa informou que, como o paciente não portava os documentos pessoais, a identificação foi feita com base nas informações cadastrais provenientes da Secretaria Municipal da Saúde. O corpo do homem foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), mas ainda não foi identificado. Peritos do Instituto de Criminalística também colheram digitais para a investigação do caso.

 

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