Por: Adalberto Luque
A Polícia Civil de Franca ouviu, nesta quarta-feira (3), o homem acusado pela ex-mulher de ter abusado sexualmente e matado o adolescente Wesley Pires Alves Filho em 28 de agosto de 2020. O jovem tinha, à época, 13 anos.
A informação surgiu após a denúncia feita por uma mulher que teve o casal de filhos abusados pelo ex-marido, pai das crianças. Segundo ela, seu filho relatou ter visto, em 2020, o pai chegar em casa com um menino desmaiado. Ele teria cometido abuso sexual. Como o adolescente supostamente acordou durante o ato, foi estrangulado e morto.
A criança teria dito que o pai colocou o corpo do adolescente em um saco preto e o teria jogado em uma mata. Esse fato teria sido revelado pelo filho há pouco tempo, quando a mulher soube dos abusos cometidos pelo ex-marido.
Durante depoimento, o homem, que não teve o nome revelado, teria sido qualificado como garçom e negou qualquer envolvimento com o desaparecimento de Wesley. Ele teria afirmado que também não estuprou os próprios filhos, garantindo que isso não é de sua índole e alegou desconhecer os motivos que levaram sua ex-companheira a denunciá-lo.
Ele perdeu a guarda dos dois filhos com a ex-mulher e de um filho de outro relacionamento. Depois de negar ter violentado e assassinado Wesley e de negar ter abusado dos filhos, ele foi liberado, mas segue sendo investigado. A Polícia Civil realizou mais buscas no local indicado pela denunciante como sendo o local onde o corpo do adolescente teria sido desovado em 2020.
Relembre o caso
Wesley desapareceu no dia 28 de agosto de 2020 em Franca. Ele disse à família que iria a um varejão. Câmeras de segurança registraram o adolescente andando pelas ruas do bairro antes de desaparecer. As investigações começaram imediatamente.
Uma das principais pistas foi que ele teria vindo para Ribeirão Preto. Na ocasião, um motorista de van, que faz transporte de passageiros entre Serrana e Ribeirão Preto, disse que encontrou o garoto em Serrana e lhe deu carona, deixando-o na Rodoviária de Ribeirão Preto.
O motorista teria reconhecido o rosto do menino dias depois, ao ver noticiário informando seu sumiço de Franca. Em depoimento, teria relatado que o menino queria vir para Ribeirão Preto para conseguir dinheiro e voltar para Franca, onde morava.
Outras pessoas disseram, à época, ter visto Wesley próximo à Rodoviária de Ribeirão Preto pedindo dinheiro. Uma mulher afirmou que teria dado um lanche ao menino. No primeiro ano, a família do adolescente recebia várias ligações diárias de pessoas pedindo dinheiro, afirmando ter sequestrado Wesley. Outras pediam dinheiro para passar informação.
Mas depois disso, não houve nenhuma pista efetiva que levasse a seu paradeiro, até a denúncia feita pela mãe que teve os filhos abusados por seu marido. As investigações prosseguem.