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Entregadores querem greve dia 1º

FOTOS: ALFREDO RISK

João Camargo

Entregadores de encomendas e alimentos por aplicativos estão se orga­nizando para realizar uma greve no dia 1º de julho em todo o país. Em publicações nas redes sociais, os entre­gadores falam em paralisação para protestar em favor do aumento do pagamento das corridas, do aumento da taxa mínima, do fim dos bloqueios, dos desligamen­tos indevidos e do fim do sistema de pontuação.

Além disso, grupos pedem para a população em geral ajudar no boicote, não reali­zando pedidos pelos aplicati­vos na data programada.

Entregadores alegam que os fretes, tanto na distância como nas taxas, estão piorando

O entregador por bici­cleta Max Júnior Montei­ro Amâncio da Silva, de 20 anos, disse ao Tribuna que, normalmente, não costuma apoiar as greves, porém, ele relatou que “durante a qua­rentena o número de entre­gadores está aumentando e o número de desligamentos indevidos está acontecendo com mais frequência”. Para ele, isso mostra um descaso das plataformas.

O entregador por bicicleta Max Júnior: número de desliga­mentos indevidos está acontecendo com mais frequência

Além disso, Max diz que os fretes, tanto na distância como nas taxas, estão pioran­do cada vez mais. Por conta disso, ele apoiará a greve no dia 1º de julho. No entanto, o entregador comentou que, entre os ciclistas, em grupos nas redes sociais, o público está divido.

Quem também está a fa­vor da paralização é o entre­gador Bruno Henrique Sertó­rio Martins, de 28 anos. Para ele, essa é a única maneira de mostrar aos aplicativos que eles também dependem dos motociclistas e ciclistas.

Para Bruno Henrique Sertório Martins, greve é a única ma­neira de mostrar aos aplicativos de que eles também depen­dem dos motociclis­tas e ciclistas

“Eu sou a favor, pois os aplicativos, a cada dia que passa, pagam menos aos entregadores”, disse Bruno. Ele, que também está in­cluso em grupos nas redes sociais, comentou que, por enquanto, não se sabe ao certo se todas as categorias irão aderir a paralização no dia 1º de julho.

O Tribuna entrou em contato com o Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo que in­formou que apoiará a mani­festação, pois acredita ser por uma causa justa: “a luta contra a precarização do setor”.

O Sindicato informou, também, que, em São Paulo, sairão manifestantes da sede do sindicato e se direciona­rão até o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.

Entre as plataformas de entregas mais comuns no país estão a iFood, a Uber Eats e a Rappi. Ao ser ques­tionada pelo Tribuna quan­to a possível greve, o iFood informou que, antes de mais nada, apoia a liberda­de de expressão em todos as suas formas.

O iFood informou que entregadores são desativados do aplicativo “quando há um descumprimento dos Termos & Condições para utilização da plataforma e é válida tanto para entregadores, como para consumidores e restaurantes”. A plataforma ressalta, ainda, que desativar indevidamente um entregador que atua de forma correta é ruim para a empresa.

Sobre o valor médio pago por rota, outra reivin­dicação dos entregadores, o iFood informou que a quantia é calculada usando fatores como, por exemplo, a distância percorrida en­tre o restaurante e o cliente, além de uma taxa pela cole­ta do pedido no restaurante e uma taxa pela entrega ao cliente, além de variações referentes a cidade, dia da semana e veículo utilizado para a entrega.

Quanto a Uber Eats e a Rappi, o Tribuna entrou em contato com as plataformas, porém, até a publicação desta matéria, não foi obtido ne­nhum retorno ou posiciona­mento destas.

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