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Home office

A pandemia que estamos vivendo e que surpreendeu o mundo moderno, cheio de soluções tecnológicas e grandes avanços, produzirá consequências duradouras na nossa vida. A quarentena, a dificuldade de interação humana, o medo do contágio exigiram de nós posturas novas. A pandemia traçou uma linha de igualdade entre as pessoas, pois não escolhe suas vítimas: somos finalmente todos iguais, embora com recursos de tratamento médico diferenciados.

Num país de grande desigualdade social, descobrimos que o SUS tem um papel fundamental no atendimento aos que necessitam de tratamento médico e internações. E começamos a reagir, como o homem sempre fez face ao perigo. Uma das gran­des mudanças é o home office ou trabalho à distância, recurso de que dispunham poucas empresas de tecnologia e, que repente, se transformou numa forma criativa de continuar o trabalho. Ou­víamos muito falar de companhias com horário flexível, trabalho em casa, mas era a exceção, que se transformou no novo dia a dia. Trouxemos o escritório para dentro de casa.

Os Uffizi dos Médici de Florença, hoje um dos mais impor­tantes museus da Itália e da Europa, foram os primeiros escri­tórios modernos a surgir. Obra do arquiteto GiorgioVasari, de 1560, abrigava vários funcionários a serviço da importante fa­mília dominante na região. Antes deles e durante toda a Idade Média, os mosteiros abrigavam uma espécie de escritório onde monges copistas estudavam e produziam sua obras, geralmente trabalhando de pé, apoiados numa grande mesa.

Com a Revolução Industrial Inglesa que modificou o sistema de trabalho com a introdução das máquinas de tear, tornou-se necessário sofisticar o controle desta produção e as fábricas passaram a ter anexos para abrigar os funcionários administrativos.O telefone, o telégrafo e as ferrovias permiti­ram que estes escritórios pudessem ser localizados longe das fábricas, geralmente nas cidades grandes.

Viabilizada a luz elétrica e a máquina de escrever, os escri­tórios deram um grande salto de produtividade e passaram a ser objeto de estudos dos arquitetos, que lançaram novas ideias para seu layout, com o objetivo de proporcionar maior con­forto e produtividade. Os trabalhos administrativos deram um salto exponencial com o computador e a universalização da in­ternet permitiu ligar escritórios em todas as partes do mundo.

Como tudo na vida, há vantagens e desvantagens no home office: ganha-se tempo pela eliminação do deslocamento casa-escritório-casa, principalmente nas grandes cidades. Pode-se estabelecer horários de acordo com a vida domésti­ca, permitindo mais tempo de trabalho contínuo mesclado com pequenas interrupções, sem falar da não necessidade de uniforme ou roupas sempre variadas. Grande vantagem é a possibilidade de ser reunir uma equipe de primeira linha com pessoas de várias cidades, que não necessitariam de se deslocar, senão eventualmente, ao escritório.

A grande desvantagem é a ausência física dos companheiros e colegas, que permite aquele clima de camaradagem e criativi­dade possibilitado pelo convívio humano. A busca de solu­ções é sempre mais eficiente quando trabalhamos em equipes presenciais. Quanto à família, a presença em casa permite um maior convívio, melhor atenção aos filhos menores, mas, ao mesmo tempo exige uma divisão de local e tempo para que o home office funcione bem e a família possa se sentir feliz.

A experiência atual nos mostra que um sistema híbrido de trabalho presencial e à distância deverá ser a nova forma de produção administrativa, permitindo a cada um a escolha que melhor convenha a seus interesses e os das empresas.

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