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HISTÓRIA RESGATADA – Fusão entre Comercial e Paineira

FOTOS: ALFREDO RISK/JORNAL TRIBUNA

Antiquário, do latim antiquarius, aquele que gosta de antiguidades. As­sim podem ser chamados os “amantes da história”. O empresário Cássio Ronaldo de Moraes, 63 anos, que re­side em Ribeirão Preto há mais de quarenta, pode ser considerado um antiquário.

Apaixonado por peças antigas desde criança, Cás­sio, devido ao seu amor, conseguiu colocar as mãos em documentos históricos de um dos principais clubes da cidade, o Comercial FC.

“Eu gosto de coisas anti­gas desde menino. Eu com­prava, pedia, as pessoas me davam as coisas. Minha mãe dizia: ‘Não é possível que esse menino tem gosto de velho’. É um gosto que eu tenho”, contou Cássio.

Cássio de Moraes resgatou documentos originais da fusão entre Comercial FC e Paineira FC

Em sua rica história, o Comercial Futebol Clube tem um hiato de quase 20 anos. Entre 1935 e 1954, por conta de problemas financeiros, ocasionados pela compra do passe dos uruguaios irmãos Bertoni, que ganhavam altos salá­rios para a época, o Leão do Norte paralisou suas atividades do futebol pro­fissional.

O clube só retornaria em 1954, após um grupo de antigos e fiéis comer­cialinos se reunirem para estudar o ressurgimento do “Leão”. Entre eles, Fran­cisco de Palma Travassos, doador do terreno onde foi construído o estádio que leva seu nome.

Como parte do proces­so de retomada do Leão do Norte houve a fusão com o Paineira Futebol Clube, antigo clube da cidade que, inclusive, já era filiado a FPF (Federação Paulista de Futebol). Com a parce­ria, o Comercial conseguiu voltar a disputar as com­petições organizadas pela federação.

Documentos estavam em uma mala, guardada na casa de Maria Helena Carvalho Campos, filha de Ricardo Carvalho, antigo presidente e fundador do Painera

Como citado anterior­mente, o amor de Cássio por antiguidades fez com que o empresário tivesse acesso aos documentos originais da fusão entre Comercial e Paineira. Em entrevista exclusiva ao Tri­buna, ele contou como, de forma inusitada, este mate­rial caiu em suas mãos.

“Eu fui almoçar num restaurante aqui perto e en­contrei com um amigo. Ele estava acompanhado da mãe. Ficamos conversando e entramos num assunto de futebol. Foi quando a mãe dele disse que tinha vários documentos em casa da época em que o Comercial se fundiu com o Paineira. O pai dela foi presidente e um dos fundadores do Pai­neira. Eu não sabia dessa história e fiquei curioso. Ela disse que iria dar fim nos documentos, então pedi que ela os desse para mim”, relembrou.

“Eu comecei a ler as coi­sas, fui encontrando as atas, os documentos originais da fusão, contratos de patrocí­nio. Muita coisa que remete a história do Paineira Fute­bol Clube e também desta parceria que os clubes fize­ram para que o Comercial voltasse a competir profis­sionalmente” disse.

A mãe do amigo citado por Cássio é Maria Helena Carvalho Campos, filha de Ricardo Carvalho, antigo presidente e fundador do Painera Futebol Clube.

Natural da cidade de Cássia, Minas Gerais, Cás­sio não tem uma relação tão forte com o futebol, muito menos com um time em especial. Ele diz ser tor­cedor do Santos, por conta da época de Pelé.

No dia 7 de outubro de 1954, Comercial FC e Paineira Futebol Clube firmaram o acordo que trouxe o Leão do Norte de volta ao cenário do futebol profissional de São Paulo. Os documentos originais fazem parte do acervo que está sob posse do antiquário de Ribeirão Preto, Cássio de Moraes.
No dia 7 de outubro de 1954, Comercial FC e Paineira Futebol Clube firmaram o acordo que trouxe o Leão do Norte de volta ao cenário do futebol profissional de São Paulo. Os documentos originais fazem parte do acervo que está sob posse do antiquário de Ribeirão Preto, Cássio de Moraes.

“Eu nunca tive um time específico. Eu gosto do Santos, mas é por conta do Pelé. Eu adorava ver ele jogar. Posso dizer que tive esse privilégio, ele jogava demais, era bonito. Mas no final das contas, eu torço pelo futebol”, afirmou.

Em Ribeirão Preto a his­tória é semelhante. Apesar da maior proximidade do Comercial por conta de ami­gos, ele revela não ter uma torcida especifica na cidade.

“Quando eu cheguei em Ribeirão me perguntaram seu eu iria torcer para Co­mercial ou Botafogo, mas eu nunca escolhi uma op­ção. Eu tenho um amigo que foi presidente do Co­mercial, então foi até o clube em algumas oportunidade, para prestigiá-lo. No final das contas, eu torço para que ambos os times tenham bons resultados. Houve até um tempo em que eu queria que eles se fundissem para fazer um time mais forte para a cidade”, brincou.

Preocupado com a des­tinação dos documentos, Cássio procurou a Prefei­tura de Ribeirão Preto e alguns vereadores da ci­dade com a intenção de encontrar o melhor lugar para guarda-los. Ele ain­da aguarda um posicio­namento das autoridades para definir o que será fei­to com o material que está sob sua posse.

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