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História: o palácio completa 103 anos

JF PIMENTA-ARQUIVO

O Palácio Rio Banco, sede da prefeitura de Ribeirão Pre­to, completou 103 anos nesta terça-feira, 26 de maio. Para marcar a data, o prefeito Du­arte Nogueira Júnior (PSDB) assinou um termo de coope­ração entre a administração municipal e o Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identi­dades Culturais (IPCCIC), que ficará responsável pela cura­doria e acompanhamento do projeto executivo de restaura­ção do palacete.

O objetivo é transformar o Palácio Rio Branco em um centro cultural para receber exposições temporárias e per­manentes quando a sede do Executivo for transferida. No ano passado, Duarte Noguei­ra anunciou a transferência da sede da prefeitura para o anti­go prédio da Superintendência da Caixa Econômica Federal, na rua Américo Brasiliense, região central da cidade.

O local passará por refor­ma e abrigaria o Executivo até a construção de um Cen­tro Administrativo. Até agora, porém, a reforma não saiu do papel. Já a sede definitiva, que deverá abrigar toda a adminis­tração direta e indireta, será construída em um terreno de 106 mil metros quadrados na avenida Cavalheiro Paschoal Innecchi, próximo ao quartel do Comando de Policiamento do Interior (CPI-3), da Polícia Militar. O edifício terá 33 mil metros quadrados, enquanto outros 35 mil serão destinados à área de estacionamento.

As diretrizes para a cura­doria do Palácio Rio Branco incluem a proteção do valor histórico e do significado sim­bólico para a memória política e administrativa do município, respeito à legislação e às dire­trizes para o patrimônio cultu­ral tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histó­rico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) e pelo Conselho Municipal de Pre­servação do Patrimônio Cul­tural do Município de Ribeirão Preto (Conppac), observação da relação do palacete com o contexto do centro histórico do município e como Paço Municipal (gabinete do chefe do Executivo e do Legislativo).

Para o prefeito, o projeto de ocupação do Palácio Rio Bran­co traz de maneira objetiva todo o trabalho que já está sen­do pensado para ser executado logo após a entrega do prédio restaurado. “Tornar público, de uma maneira mais ampla, a ideia de ocupação do Palácio Rio Branco após a obra de res­tauro e a saída temporária da prefeitura, enquanto local de decisões executivas do poder público municipal”, diz.

Participaram presencial­mente da cerimônia de assina­tura do termo o prefeito Du­arte Nogueira e a secretária da Cultura, Isabella Pessotti, e, por videoconferência, a presidente do IPCCIC, Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa, representan­tes do governo municipal, do instituto e jornalistas.

De acordo com Lilian Ro­drigues, presidente do insti­tuto, o grupo de trabalho é formado por diversos profis­sionais voltados a um projeto único, que é o restauro e ocu­pação do Palácio Rio Branco. “Todos os profissionais pensa­ram nesta curadoria para dar solidez e segurança na diretriz do projeto de restauro, para que todo o processo seja feito respeitando as características do Palácio, com base científi­ca”, relata.

Um pouco da história do Palácio Rio Branco
A construção do Palácio Rio Branco teve início em 3 de agosto de 1915 e a obra ficou pronta em abril de 1917. O prédio conta com dois pavimentos e um porão, tem 600 metros quadrados de área coberta, totalizando 1.800 metros quadrados de construção. O estilo de sua fachada é uma transição do barroco para o moderno e foi inspirado nas fachadas arquitetônicas do início do século da França.

O nome escolhido foi uma homenagem ao Barão do Rio Branco, falecido em 1912, que também ganhou um busto na praça que fica em frente ao palácio. Durante seus anos iniciais, o imóvel foi a sede da Câmara dos Vereadores, da prefeitura, da Procuradoria e outros órgãos políticos.

Mas nem só de política o Palácio Rio Branco foi palco. No início do século 20, o poder conferido aos coronéis do café da cidade, que tinham a maior produção cafeeira do mundo, era exercido no interior dos salões. Em grandes mesas no Salão Nobre, fazendeiros milio­nários, muitas vezes nomeados vereadores sem eleição, fechavam negócios e determinavam os destinos econômicos da cidade, do estado e, muitas vezes, do Brasil.

O governo municipal (Câmara e prefeitura) funcionou conjuntamente no Palácio Rio Branco até 1956, quando o Legislativo foi transferi­do para o antigo prédio da Sociedade Recreativa e de Esportes, na rua Barão do Amazonas nº 323, onde fica hoje o Museu de Arte de Ribeirão Preto (Marp).

O Palácio Rio Branco tem dois salões que marcaram as grandes decisões da política e economia de Ribeirão Preto, o Rosa, nomeado como Orestes Lopes de Camargo, e o Salão Nobre Antônio Duarte Nogueira, pai do atual prefeito. Hoje, estes salões representam a história viva de Ribeirão Preto.

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