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Hemocentro começa testes com voluntários

ALFREDO RISK/ARQUIVO

Depois de receber autori­zação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a vacinação de vo­luntários do estudo clínico da Butanvac, o Insituto Butantan começará a testar o imunizante em 418 pessoas nesta sexta-feira, feriado de Nove de Julho – ani­versário da Revolução Constitu­cionalista de 1932 –, no Hemo­centro de Ribeirão Preto.

O imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan é candi­dato à vacina da covid-19 com produção 100% brasileira, sem a necessidade de importação de matéria-prima – ingrediente farmacêutico ativo. O governa­dor João Doria (PSDB) estará no Hemocentro de Ribeirão Preto, no campus da Universidade de São Paulo (USP), às onze horas de hoje para abrir a vacinação.

Estará acompanhado do di­retor do Butantan e diretor-pre­sidente do Hemocentro, Dimas Covas; do secretário estadual da Saúde, Jean Carlo Gorinchteyn; do superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (HC-FMRP/USP), Bene­dito Carlos Maciel; e do hemato­logista Rodrigo Calado, respon­sável por esta primeira fase da pesquisa na cidade.

O protocolo clínico da Bu­tanvac já havia sido aprovado pela Anvisa em 9 de junho e, na quarta-feira (7), foram liberados os testes em humanos – falta­fvam informações específicas sobre a inativação do vírus. A Anvisa explica que a pesquisa clínica de fase 1 e 2 da Butanvac está dividida em três etapas (A, B e C). Agora, está autorizada a etapa A do estudo, que envol­verá 418 voluntários no HC de Ribeirão Preto.

Ao todo, as fases clínicas 1 e 2 deve contar com a par­ticipação de seis mil voluntá­rios com 18 anos ou mais. A vacina será aplicada com duas doses, em um intervalo de 28 dias entre a primeira e a segun­da dose. A primeira etapa do estudo será a única com admi­nistração de placebo, segundo o Butantan. Depois, os testes vão analisar a resposta imu­nológica do organismo com a apresentada por outros imuni­zantes, inclusive a Coronavac.

O instituto já produziu e es­tocou cerca de dez milhões de doses do imunizante. A expecta­tiva é que 40 milhões de unida­des da vacina estejam prontos até o final de outubro e 60 milhões até o final do ano. Serão feitas 18 milhões até o dia 31 de julho. O cadastro foi aberto depois de a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Ministério da Saúde, ter aprovado o início dos estudos da Butanvac.

Os voluntários têm 18 anos ou mais, não podem ter sido infectados pelo coronavírus ou ter comorbidades. Mulheres não podem estar grávidas e nem ter a intenção de engravidar nos próximos meses. O limite de idade é de 60 anos.

Ainda poderá haver a ne­cessidade de dose de reforço. Moradores de Ribeirão Preto e de cidades próximas estão mais aptas a receber a vacina. Os pré-cadastrados já receberam um e-mail informando sobre os procedimentos. A fase 1 tem como objetivo avaliar se a vacina é segura e a seleção de dosagem. O estudo está previsto para du­rar até 17 semanas.

A tecnologia da Butanvac utiliza o vírus da doença de Newcastle, uma enfermidade de aves, geneticamente modi­ficado. O vetor viral contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra.O desenvol­vimento complementar da va­cina será todo feito com tecno­logia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus, condi­ções de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conserva­ção, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.

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