O general Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) disse na tarde desta terça-feira ‘ter a sensação’ de que o lado de Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino da Venezuela, é “fraco militarmente”, em referência ao intento do líder oposicionista de derrubar o regime de Nicolás Maduro. Os dois lados afirmam ter apoio das forças armadas venezuelanas.
Heleno disse que o Brasil tem um adido militar e agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na Venezuela. “Nós sabemos informações por agentes oficiais do Brasil lá”, afirmou.
De acordo com o ministro, há demonstrações claras de que a cúpula militar é favorável à permanência de Maduro. Ele mencionou as cenas de violência na capital Caracas, onde blindados passaram por cima de pessoas que protestavam nas ruas contra o ditador. Ele descreveu a violência praticada contra os manifestantes como “covardia”.
Ele assegurou que o presidente brasileiro continuará encorajando Guaidó, mas adotará “postura bastante prudente e cuidadosa”. “Eles sabem que não vamos intervir militarmente”, afirmou.
O entendimento do ministro, segundo o próprio, é que Guaidó buscou se valer de uma “autopropaganda” para aumentar o apoio da população e, dessa forma, impulsionar a adesão entre os militares. Na visão dele, trata-se de uma ação “perfeitamente válida” do ponto de vista estratégico.
Apoio a Guaidó
Mais cedo, o porta-voz do Palácio do Planalto, general Otávio do Rêgo Barros, afirmou que o governo brasileiro encoraja outros países “identificados com os ideais de liberdade” a apoiarem Guaidó.
“O Brasil acompanha com grande atenção a situação na Venezuela e reafirma o irrestrito apoio ao seu povo que luta bravamente por democracia”, afirmou Rêgo Barros.