O Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço é celebrado neste sábado, 27 de julho. A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e a Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil) promovem durante todo o mês atividades de conscientização e informação no combate a este tipo de câncer.
Em Ribeirão Preto, o Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de da Universidade de São Paulo (HC-FMRP/USP) promoverá várias atividades em alusão à Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, conhecida como “Julho Verde”. O objetivo é conscientizar a população quanto aos principais fatores de riscos para doença, e as formas de prevenção.
Neste sábado (27), alunos de graduação e pós-graduação do curso de fonoaudiologia e medicina da FMRP/USP e os profissionais do Hospital das Clínicas estarão na praça XV de Novembro, no Centro de Ribeirão Preto, das 9 às 14 horas, realizando atividade assistencial à população, com orientações, atividades culturais e oficinas com atividade de socialização dos pacientes laringectomizados (que passaram por retirada total da laringe) com a população.
Também haverá uma apresentação do Coral Zênite da USP em homenagem aos pacientes curados do Câncer de Cabeça e Pescoço, às 10h30. O coordenador regional da campanha em Ribeirão Preto, professor Hilton Ricz, explica que o objetivo da campanha é esclarecer a população sobres os riscos da doença, que vem registrando aumento de casos nos últimos anos, e alerta quanto mais precoce for a detecção da doença, mais eficaz será o tratamento.
Os tumores considerados de cabeça e pescoço são aqueles localizados na boca, na faringe (garganta), na laringe (cordas vocais), nos seios da face, na cavidade nasal, na glândula tireóide e glândulas salivares. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que a cada ano sejam diagnósticos 640 mil novos casos de câncer. Sendo o de cabeça e pescoço, o segundo mais frequentes em homens (8,9%) e o quarto com mais incidência em mulheres (6,3%), com exceção do câncer de pele não melanoma, que também é considerado câncer de cabeça e pescoço e um dos que mais matam a população.
Os números assustam: O Brasil registra a cada ano cerca de 43 mil novos casos desses tumores malignos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Os principais fatores de riscos são o tabagismo, o consumo de álcool e as infecções por HPV. São cerca de dez mil mortes ao ano no país, decorrentes do câncer de laringe e cavidade oral. Os sobreviventes enfrentam perdas significativas na qualidade de vida durante e após o tratamento. Tudo isso decorrente do diagnóstico tardio.
A incidência do câncer de cabeça e pescoço é 20 vezes maior em indivíduos que bebem e fumam, mas, nos últimos anos, a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) tem sido responsável pelo aumento dos casos, principalmente pelo desenvolvimento de tumores na faringe. Uma das formas de contágios do HPV é por meio de contato sexual.
Entre os sintomas preocupantes estão manchas brancas na boca, dor local, lesões com sangramento ou cicatrização demorada, nódulos no pescoço, mudança na voz e rouquidão, e dificuldade para engolir. A persistência de um desses sintomas por mais de 15 dias é sugestiva da presença do câncer, especialmente em fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas. Tais manifestações servem de alerta para a procura do médico, com urgência.