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HC deve separar siamesas em outubro

As irmãs siamesas Maria Ysa­belle e Maria Ysadora, de 2 anos, que nasceram unidas pela cabeça, devem ser definitivamente sepa­radas em outubro, após a quinta cirurgia, um mês antes da previ­são inicial. No último sábado, 4 de agosto, elas foram submetidas ao terceiro procedimento no Hospi­tal das Clínicas de Ribeirão Preto – vinculado à Faculdade de Me­dicina da Universidade de São Paulo (USP). A operação durou oito horas e ambas passam bem: Elas devem ter alta da unidade de Terapia Intensiva (UTI) até sexta-feira (10).

O neurocirurgião Hélio Ru­bens Machado afirmou na tarde desta segunda-feira (6) que 80% dos cérebros, veias e artérias das irmãs siamesas já foram separa­dos. A quarta cirurgia de separa­ção dos crânios deve acontecer em 1º de setembro e a última, quando haverá a separação de­finitiva, pode ocorrer em outu­bro. “Isto só foi possível porque avançamos nas etapas anterio­res, além do planejado dentro do limite de segurança”, explica o também neurocirgurgião Ri­cardo Santos Oliveira.

“Elas passam bem”, afirma a chefe de terapia intensiva da UTI Pediátrica Ana Paula Car­lotti. O coordenador do setor de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas, Jaime Farina, esti­ma a próxima cirurgia para 1º de setembro, “quando serão coloca­dos expansores subcutâneos no couro cabeludo para que se te­nha um ganho maior de tecido, porque na separação, será neces­sário obter o máximo de tecido para cobrir os enxertos ósseos da calota craniana”, explica.

O neurocirurgião Ricardo Santos Oliveira afirmou que as meninas têm cérebros indepen­dentes, mas com áreas de vascu­larização interligadas. São esses vasos sanguíneos que foram separados em cada das três pri­meiras cirurgias realizadas até agora. Ele não descarta a possi­bilidade de que uma delas fique com sequelas. Isso porque, os cérebros das siamesas têm uma anatomia diferente das pessoas comuns. Além disso, de Maria Ysadora tem vascularização me­nor, em relação à irmã. Mas o cirurgião informa que todos os riscos são calculados e já foram comentados com os pais. Além disso, o hospital tem equipes preparadas para os cuidados in­tensivos e de reabilitação.

Trinta profissionais de di­ferentes áreas estão envolvidos neste processo, entre eles o mé­dico norte-americano James Goodrich, referência mundial no assunto. Todo o processo de separação das irmãs só está sen­do possível por causa de uma parceria entre a Faculdade de Medicina da USP e o Monte­fiore Medical Center de Nova York, Estados Unidos. A primei­ra cirurgia foi realizada em 17 de fevereiro e a segunda, em 19 de maio.

Trajetória de luta
Naturais do distrito cearen­se de Patacas, distante 35 qui­lômetros de Fortaleza, as irmãs siamesas Maria Ysabelle e Maria Ysadora, estão sendo acompa­nhadas por uma equipe multi­disciplinar de aproximadamente 30 profissionais do Hospital das Clínicas. Entretanto, a luta dos pais das meninas para separá-las começou no Ceará, com o neu­rocirurgião pediátrico Eduardo Juca. Ao tomar conhecimento do caso das irmãs, alguns meses após o nascimento delas, ele pas­sou a fazer o acompanhamento médico das meninas.

Em função da complexidade do caso, decidiu encaminhar as duas para o Hospital das Clíni­cas de Ribeirão Preto, onde ele estudou. Jucá foi aluno da Fa­culdade de Medicina da USP Ribeirão Preto e se especializou neurocirugia pediátrica. Todo processo de separação das me­ninas é custeado pelo Sistema Unificado de Saúde (SUS). Nos Estados Unidos, um processo de separação como o delas custa cerca de R$ 9 milhões.

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