Por Gabriel Melloni
O inglês Lewis Hamilton calou a fanática torcida ferrarista no tradicional Circuito de Monza e venceu neste domingo o GP da Itália de Fórmula 1. Em um fim de semana que se desenhava favorável à equipe italiana, foi o piloto da Mercedes quem comemorou ao cruzar a linha de chegada na frente após uma grande exibição que lhe rendeu a primeira colocação já nas últimas voltas.
Hamilton foi beneficiado pelo acidente em que se envolveu com Sebastian Vettel. Logo na primeira volta, os dois concorrentes ao título se tocaram quando o inglês tentou a ultrapassagem sobre o alemão. Pior para o piloto da Ferrari, que precisou parar nos boxes, voltou na última posição e fez uma prova de recuperação.
A esperança da Ferrari, então, era de que ao menos Kimi Raikkonen mantivesse a primeira colocação em que largou e garantisse a vitória à equipe da casa. E o finlandês até cumpriu a tarefa na maior parte da prova. Mas a poucas voltas para o fim, Hamilton conseguiu a ultrapassagem que lhe garantiu a vitória.
Para completar a festa da Mercedes, Valtteri Bottas completou o pódio na terceira colocação. Ele foi o quarto piloto a cruzar a linha de chegada, mas foi beneficiado por uma punição de cinco segundos a Max Verstappen por incidente envolvendo justamente o finlandês.
Quem também se beneficiou da punição ao holandês foi Vettel. Depois de fazer uma prova de recuperação, o piloto da Ferrari ao menos pôde comemorar a quarta posição, à frente justamente de Verstappen, que teve que se contentar com o quinto lugar.
Com o resultado deste domingo, Hamilton abriu 30 pontos de vantagem para Vettel na liderança do Mundial de Pilotos: 256 a 226. Raikkonen foi a 164, seguido por Bottas, com 159. A Fórmula 1 volta à ação em duas semanas, com a disputa do GP de Cingapura, dia 16 de setembro.
A PROVA – O início foi bastante movimentado neste domingo. Se na largada os três primeiros colocados mantiveram suas posições – apenas Max Verstappen foi arrojado para ultrapassar Valtteri Bottas e subir para quarto -, ainda na primeira volta a briga pela liderança do Mundial seria influenciada diretamente.
Quando os pilotos ainda se estabeleciam na pista, Hamilton tentou a ultrapassagem sobre Vettel para ganhar a segunda posição. O alemão não aceitou ceder a dianteira facilmente e fechou a porta ao inglês, mas se deu mal. Sua Ferrari tocou a Mercedes do rival, ele saiu da pista e foi para a última colocação.
Não bastasse o prejuízo no tempo, Vettel teve o bico do carro danificado e precisou ir para os boxes. Por causa do acidente, a bandeira amarela entrou em ação e impediu que Raikkonen, líder da prova, tentasse abrir distância.
Quando a bandeira foi retirada, Hamilton se jogou para cima de Raikkonen, colocou de lado e conquistou a primeira posição. Mas por pouco tempo. O finlandês não deixou por menos, repetiu o que fez o rival e deu o troco para voltar à ponta.
Raikkonen era o líder, seguido por Hamilton, Verstappen e Bottas Bem distante da briga pela ponta, Vettel fazia uma prova de recuperação e sonhava com uma aproximação do pódio. Não demorou para que o alemão entrasse na zona de pontuação, mas o acidente no início da prova havia acabado com qualquer chance do piloto de lutar pelo triunfo.
A Mercedes demorou mais do que a Ferrari para levar seus carros aos boxes, o que fez com que Hamilton e, depois, Bottas assumissem a ponta provisoriamente. Mas bastou a equipe alemã chamar seus pilotos aos boxes para que Raikkonen voltasse a liderar.
Distante das primeiras colocações, Daniel Ricciardo completou um fim de semana para ser esquecido e precisou abandonar a prova. Não demorou para que Fernando Alonso fizesse o mesmo. Bastante lento, o espanhol reclamou do desempenho de sua McLaren no rádio, foi para os boxes e não voltou mais.
Com Vettel longe das primeiras posições, o cenário já era bom para Hamilton com a segunda colocação, mas o inglês não estava satisfeito. Com apenas oito voltas restando para o fim da prova, o piloto da Mercedes mostrou porque é um dos melhores do mundo, fez manobra perfeita para cima de Raikkonen e assumiu a ponta.
Com sua Mercedes claramente mais veloz do que a Ferrari do finlandês, Hamilton não teve trabalho para abrir vantagem na liderança. A bandeira quadriculada trouxe a vitória e a comemoração de um fim de semana praticamente perfeito para a equipe.
Isso porque o fim de prova também reservava surpresas positivas para Bottas. O finlandês atacou Verstappen, que errou, tocou o carro do adversário e o obrigou a sair da pista. O piloto da Red Bull até manteve a terceira colocação, mas foi punido pela direção de prova com o acréscimo de cinco segundos ao seu tempo final.
Com a decisão da direção, Bottas diminuiu o ataque a Verstappen, até para não correr riscos desnecessários. O finlandês se limitou a seguir próximo do adversário, chegou um pouco atrás dele, mas garantiu a terceira colocação no resultado final e subiu ao pódio ao lado de seu companheiro de equipe.
Confira a classificação final do GP da Itália:
1º – Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h16min54s484
2º – Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 8s705
3º – Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 14s066
4º – Sebastian Vettel (ALE/Ferrari) a 16s151
5º – Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 18s208
6º – Romain Grosjean (FRA/Haas), a 56s320
7º – Esteban Ocon (FRA/Force India), a 57s761
8º – Sergio Pérez (MEX/Force India), a 58s678
9º – Carlos Sainz Jr. (ESP/Renault), 78s140
10º – Lance Stroll (CAN/Williams), a 1 volta
11º – Sergey Sirotkin (RUS/Williams), a 1 volta
12º – Charles Leclerc (MON/Sauber), a 1 volta
13º – Stoffel Vandoorne (BEL/McLaren), a 1 volta
14º – Nico Hülkenberg (ALE/Renault) a 1 volta
15º – Pierre Gasly (FRA/Toro Rosso), a 1 volta
16º – Marcus Ericsson (SUE/Sauber), a 1 volta
17º – Kevin Magnussen (DIN/Haas), a 1 volta
Não completaram a prova:
Brendon Hartley (NZL/Toro Rosso)
Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull)
Fernando Alonso (ESP/McLaren)