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Hamburgo, uma cidade corajosa

Em decorrência de compromissos profissionais, estou em Hamburgo, esta bela cidade de longa e fascinante história, que venceu todos os desafios para se tornar a segunda metrópole alemã e cidade agradável de se visitar.

A fundação de Hamburgo pode ser datada de 808 d.C., quando Carlos Magno, Imperador do Sacro Império Romano Germânico, mandou erguer um forte na foz do rio Elba para dar suporte aos missionários católicos que levariam a palavra divina aos bárbaros saxões que dominavam a região.

Trinta anos depois, os vikings destruíram a fortificação e a cidade incipiente que se formara em seu redor. Mas, a têmpera dos seus habitantes reconstruiu a cidade, que continuou se defendendo de invasões. De 1120 a 1127, a cidade tornou-se parte da Dinamarca.

Libertada, recebeu do Sacro Imperador Romano Germânico Frederico Barba Rubra a condição de Cidade Livre, ou seja, poderia fazer suas leis e estabelecer sua forma de governo. Esta condição e sua localização dominando os mares Báltico e do Norte, aumentaram a afluência de comerciantes, que assumiram o seu governo.

No século XIII, depois de um incêndio que a destruiu totalmente e da peste negra, que matou metade de sua população, juntou-se a sua vizinha Lübeck para constituírem o embrião da Liga Hanseática.

Esta liga, que se espalhou pela Alemanha e cidades impor­tantes da Europa, tinha o objetivo de proteger o monopólio comercial de suas participantes, bem como estabelecer regras comuns de comércio, criar força naval para proteger seus navios de piratas e pavimentar os caminhos que ligavam as cidades. De­pois de anos de sua fundação, até mesmo cunhavam uma moeda própria, embora cada cidade fosse independente.

No começo do século XVI, o protestantismo chegou a Hamburgo, com uma característica interessante: ao contrário de muitas cidades importantes, que destruíram as imagens católicas e obras de arte de suas igrejas, as de Hamburgo foram retiradas e armazenadas com muito cuidado, permanecendo até hoje para serem vistas em museus. Vieram também judeus sefarditas por­tugueses que constituíram importante comunidade.

Outro grande incêndio e outra grande peste negra assolaram a cidade, que sempre ressurgia. Por quatro anos, foi ocupada pe­las tropas francesas de Napoleão Bonaparte. Liberada, manteve a sua condição de Cidade Livre, que perdurou na unificação da Alemanha, durando até a II Guerra Mundial. Neste conflito, foi arrasada por bombardeios aliados.

Hoje, Hamburgo, que criou a primeira Bolsa de Valores da Ale­manha, em 1858, possui cerca de 1,8 milhão de habitantes e é centro de uma região de 5 milhões de moradores. Continua a se denominar de Cidade Livre e Hanseática de Hamburgo e é capital de um dos estados da República Federal da Alemanha, o segundo porto da Europa e importante centro universitário e de pesquisas.

Reconstruída com moderno urbanismo, edifícios elaborados, canais navegáveis e lagos, onde nadam cisnes selvagens, protegi­dos por lei do século XII (Os moradores acreditam que a cidade existirá enquanto seus cisnes existirem), com comércio sofisticado e dinâmico, sua moderna Ópera, à beira das águas, é um dos edifí­cios mais ousados, cercado de bares e restaurantes.

Ingressos para seus espetáculos tem demora de ano, mas um vas­to telão externo permite acompanhar sua programação. Sua marina está sempre cheia de iates e barcos de turismo. Seus restaurantes são ótimos e seus museus muito interessantes. Sua vida noturna é intensa e a cidade é muito bonita e aconchegante. Vale conhecê-la.

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