Por Ciro Campos e Daniel Batista
Há exatos cinco anos, o torcedor do Palmeiras se enchia de orgulho por ter uma casa novinha em folha e sendo uma das arenas mais modernas do País. No dia 19 de novembro de 2014, o time alviverde fez seu primeiro jogo no Allianz Parque e de lá para cá foram muito mais alegrias do que tristezas na casa alviverde.
O Allianz Parque, que antes era o Palestra Itália, possui uma ligação da equipe com o estádio que parece aumentar a cada dia. Os números mostram a força do time alviverde em seus domínios. Em 149 jogos, foram 100 vitórias, 27 empates e apenas 22 derrotas. A equipe palmeirense marcou 275 gols e sofreu 109 no local.
No total, o Palmeiras arrecadou R$ 313.813.384,41 por meio de rendas com partidas na sua arena e teve um público total de 4 629.142 pessoas. Dos 149 jogos, em 139 a arrecadação foi superior a R$ 1 milhão.
O recorde de pagantes no Allianz Parque foi no jogo da entrega da taça de campeão brasileiro de 2018, contra o Vitória, quando 41.256 torcedores compareceram ao estádio. Já a maior renda foi de R$ 5.336.631,25, conquistada em 2 de dezembro de 2015, na decisão da Copa do Brasil, contra o Santos.
O atacante Dudu é, com sobras, o jogador que mais atuou na casa alviverde, com 122 partidas. Fernando Prass (86), Thiago Santos e Vitor Hugo (ambos com 70), além de
Zé Roberto (66) são os outros atletas que mais atuaram na nova arena com a camisa palmeirense.
Dudu também lidera a lista dos maiores artilheiros do estádio, com 32 gols. Borja (19), Willian (15), Deyverson (13) e Rafael Marques (12) completam o Top 5 deste ranking de jogadores que mais vezes balançaram as redes no Allianz Parque.
Já a maior goleada do Palmeiras na arena foi conquistada no dia 21 de março de 2018, quando goleou o Grêmio Novorizontino por 5 a 0, com Bruno Henrique, Keno, Willian, Dudu e Papagaio marcando, em jogo válido pelo Paulistão daquele ano.
DESEMPENHO EM CLÁSSICOS – Neste cinco anos desde a primeira partida no Allianz Parque, o time alviverde disputou 25 clássicos e acumulou 15 vitórias, cinco empates e cinco derrotas O maior “freguês” da equipe nesta série contra seus rivais paulistas no estádio foi o São Paulo, com oito triunfos e um empate em nove duelos com a equipe do Morumbi. Já diante do Santos, os palmeirenses levaram a melhor por cinco vezes, empataram em três e foram derrotados em apenas uma. Já contra o arquirrival Corinthians, o retrospecto não é bom: foram apenas duas vitórias em sete jogos, nos qual também amargou quatro derrotas e um empate.
OUTRAS CURIOSIDADES – O Técnico que mais comandou o Palmeiras no Allianz foi Cuca (35 jogos), enquanto o gol mais rápido no local foi o de Moisés, aos 2 minutos do jogo do dia 22 de julho de 2018 contra o Atlético-MG. Já os mais tardios foram marcados por Fabiano (2017) e Felipe Melo (2019), ambos aos 103 minutos (ou 54 do segundo tempo, diante do Peñarol pela Libertadores e Chapecoense pelo Brasileiro, respectivamente. Já o autor do primeiro gol do Palmeiras no Allianz Parque foi Henrique Dourado, no empate por 1 a 1 com o Athletico-PR, no dia 7 de dezembro de 2014.
CASA DE SHOWS – Nos últimos cinco anos, em várias ocasiões o Palmeiras precisou jogar em outros estádios porque a sua arena estava sendo utilizada nas mesmas datas para abrigar shows musicais. Foram 84 no total, sendo 58 internacionais e 26 nacionais neste período.
2020 COM GRAMADO ARTIFICIAL – A próxima novidade no estádio deve ser a troca do gramado. Palmeiras e os administradores do Allianz Parque estão nos acertos finais para colocar um piso sintético na arena. O motivo é a facilitar a manutenção, assim como evitar que a alternância de shows e jogos prejudique a qualidade do campo para a disputa de partidas.
A empresa fabricante do piso sintético é holandesa. Dirigentes do Palmeiras e membros da comissão técnica estiveram recentemente na Europa para visitar exemplos de campos que utilizam o mesmo material e gostaram do resultado.
BELLUZZO INICIOU PROJETO – Ex-presidente do Palmeiras, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo foi o responsável em 2010 por organizar e iniciar o projeto de transformação do antigo Palestra Itália em Allianz Parque. No ano passado, quando o estádio estava prestes a receber o centésimo jogo do time, ele recebeu a reportagem do Estado em sua casa, em São Paulo, e relembrou como foi o trabalho para viabilizar a obra.
Ao ser questionado se os impactos provocados pelo novo estádio o surpreenderam, o ex-mandatário alviverde respondeu: “Eu costumo comparar a decisão de encaminhar a construção do estádio com o acordo de cogestão da Parmalat. Nos dois casos havia uma leva de incerteza muito grande a respeito do resultado. Se eu dissesse para você que antecipei o resultado, estaria mentindo. Estaria sendo infiel à minha formação e concepções. Você tem que imaginar não só os resultados do empreendimento, como também os efeitos que ele vai produzir. Foi uma aposta”.
Já ao comentar sobre a importância do estádio para o Palmeiras desde a sua inauguração, Belluzzo evitou se vangloriar como organizador do projeto, mas citou uma parceria de sucesso do clube com um antigo patrocinador ao destacar que a nova arena se consolidou como parte fundamental para os feitos recentes do time alviverde.
“Não sou a pessoa indicada para falar isso, porque seria um elogio a mim. Mas o estádio tem um impacto maior do que a Parmalat. O Palmeiras é um clube muito peculiar. É o mais conservador e ao mesmo tempo mais inovador que eu conheço. O estádio é um divisor de águas mais profundo do que a Parmalat. E eu também participei desse projeto”, relembrou.
Já ao ser lembrado de que o clube e a WTorre, construtora que administra o estádio, tiveram vários problemas de relacionamento, o ex-presidente palmeirense ressaltou: “Isso é normal. Foi sábio escolher a arbitragem para as divergências. É comum ter conflitos de interesse e para se resolver de forma civilizada, colocamos no contrato que é preciso resolver os problemas em câmaras de arbitragem. Nenhum contrato é perfeito”.
“Hoje, se eu fosse fazer (um contrato entre as partes), teria colocado outras questões, para clarear alguns pontos. O importante é que os dois se beneficiam. O Palmeiras ganha com a bilheteria e a WTorre, com os shows. Eles precisam se entender um pouco sobre quem paga o quê. Qualquer parceria é complicada. Por isso é preciso ter instrumentos necessários para contornar os conflitos”, completou.