Tribuna Ribeirão
Polícia

Guimarães vai a novo júri popular em agosto

O ex-policial civil Ricardo José Guimarães, apontado pelo Mi­nistério Público Estadual (MPE) como chefe de um grupo de ex­termínio que atuou em Ribeirão Preto nas décadas de 1990 e 2000, vai voltar ao banco dos réus em 2 de agosto. Será levado a júri po­pular pelo homicídio de Thiago Aguiar da Silva, de 14 anos, sus­peito de envolvimento em delitos como tráfico de drogas. O rapaz foi morto a tiros em 11 de janeiro de 2004, no cruzamento das ruas Comandante Marcondes Salgado e Florêncio de Abreu, na região central da cidade. O julgamento será no Fórum Estadual de Justiça.

Guimarães é acusado de, na companhia de mais três pessoas, executar o adolescente. A suspei­ta é de que a arma utilizada seja a mesma usada em outros homi­cídios. Na mesma madrugada, outras duas pessoas foram assas­sinadas da mesma maneira. O ex­-policial civil também deve voltar a júri popular em Ribeirão pela morte de Thiago Xavier de Stefani, de 21 anos, baleado com dois tiros na cabeça, no Jardim Independên­cia, em 2003. O rapaz foi morto na porta de casa.

Na residência dele havia, se­gundo investigações da época, porções de maconha e uma arma. A mãe da vítima sempre negou o envolvimento do filho com o tráfi­co e diz que o rapaz foi executado e os entorpecentes e o revólver fo­ram “plantados” pelo ex-investiga­dor, que está preso desde 2007 na Penitenciária de Tremembé. Em 2004, detido depois da morte de Tatiana Assuzena, fugiu pela porta da frente do presídio da Polícia Ci­vil, em São Paulo.

O julgamento do caso De Ste­fani estava marcado para outubro do ano passado, mas acabou adia­do porque outro réu, acusado de executar os tiros, deve ser julgado primeiro ou ao mesmo tempo que ele, de acordo com as nor­mas do Código de Processo Pe­nal. Em 22 de fevereiro, em um júri popular que durou mais de 14 horas, o ex-integrante da De­legacia de Investigações Gerais (DIG) sentou-se no banco dos réus pelo assassinato da dona de casa Tatiana Aparecida Assuze­na, em 24 de março de 2004, nos Campos Elíseos, Zona Norte.

Catorze anos depois, ele foi condenado a 56 anos em regime fechado e mais dez dias-multa – somadas as três sentenças desfavo­ráveis, o ex-policial acumula 176 anos de cadeia e ainda vai respon­der por mais seis assassinatos.

O ex-policial já havia sido condenado a 120 anos de prisão por causa de quatro homicídios. Ele sempre negou envolvimen­to com grupos de extermínio e quando assumiu as mortes disse que foi em legítima defesa, no exercício da profissão.

No dia 11 de julho de 2017, Guimarães foi condenado a 72 anos de prisão pelas mortes de Anderson Luiz de Souza, então com 15 anos, e Enoch de Oliveira Moura, de 18, em maio de 1996, no Parque Avelino Alves Palma – duas das oito vítimas assassinadas e atribuídas ao ex-policial. Em 5 de dezembro, foi condenado pelo 5º Tribunal do Júri da Barra Funda, em São Paulo, a 48 anos de prisão pelos assassinatos e ocultação de cadáveres de dois ex-policiais ci­vis, ocorridos em julho de 2005 no Uruguai.

Ele nega participação nos as­sassinatos dos ex-policiais civis do Rio Grande do Sul Ronaldo Almeida Silva e Leonel Jesus Ilha da Silva. Segundo o promotor Marcus Túlio Nicolino, o grupo de extermínio agiu em Ribeirão Preto entre 1994 e 2002 e pode ter executado 70 pessoas. Em 1994, a cidade registrou 94 homicídios. Depois, de 1995 a 2002, o balanço sempre esteve na casa dos três dí­gitos – 119 (1995), 221 (1996), 209 (1997), 222 (1998), 251 (1999), 263 (2000), 202 (2001) e 190 (2002).

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