Guimarães será julgado por sete cidadãos pelo assassinato da dona de casa Tatiana Aparecida Assuzena, na época com 24 anos, em 24 de março de 2004, nos Campos Elíseos, Zona Norte de Ribeirão Preto. Ela foi morta por Guimarães com um tiro no peito. Segundo o promotor José Gaspar Figueiredo Menna Barreto, o alvo do ex-policial era o noivo da mulher, Almir Rogério da Silva, um antigo desafeto. O representante do MPE espera que o ex-investigador pegue pena máxima – 30 anos.
O filho de Tatiana, Guilherme Eli Assuzena, viu a mãe ser assassinada. Na época, ele tinha sete anos e não compreendeu o que se passava. Agora, espera que seja feita justiça. Guimarães sempre negou envolvimento com grupos de extermínio e quando assumiu as mortes disse que foi em legítima defesa, no exercício da profissão. Também serão julgados hoje o ex-policial Rodrigo Cansian e Karina Modesto, que namorava Guimarães.
No dia 11 de julho do ano passado, Guimarães foi condenado a 72 anos de prisão pelas mortes de Anderson Luiz de Souza, então com 15 anos, e Enoch de Oliveira Moura, de 18, em maio de 1996, no Parque Avelino Alves Palma – duas das oito vítimas assassinadas e atribuídas ao ex-policial. Em 5 de de dezembro, ele foi condenado pelo 5º Tribunal do Júri da Barra Funda, em São Paulo, a 48 anos de prisão pelos assassinatos e ocultação de cadáveres de dois ex-policiais federais, ocorridos em julho de 2005 no Uruguai. No total, é acusado de cometer doze homicídios.
Ele nega participação nos assassinatos dos ex-policiais federais civis do Rio Grande do Sul Ronaldo Almeida Silva e Leonel Jesus Ilha da Silva. Segundo o promotor Marcus Túlio Nicolino, o grupo de extermínio agiu em Ribeirão Preto entre 1994 e 2002 e pode ter executado 70 pessoas. Em 1994, a cidade registrou 94 homicídios. Depois, de 1995 a 2002, o balanço sempre esteve na casa dos três dígitos – 119 (1995), 221 (1996), 209 (1997), 222 (1998), 251 (1999), 263 (2000), 202 (2001) e 190 (2002).
Guimarães ainda vai voltar ao bancos dos réus para responder sobre o assassinato de Thiago Xavier Stefani, de 21 anos, em 2003. O rapaz foi morto na porta de casa, no Jardim Independência, na Zona Norte, com dois tiros. Na residência dele havia, segundo investigações da época, porções de maconha e uma arma. A mãe da vítima sempre negou o envolvimento do filho com o tráfico e diz que o rapaz foi executado e os entorpecentes foram “plantados” pelo ex-investigador, que está preso desde 2007 em Tremembé. Em 2004, detido depois da morte de Tatiana Assuzena, fugiu pela porta da frente do presídio da Polícia Civil, em São Paulo.