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Guilherme Longo vai a júri em 14 de junho

Guilherme Longo - Foto Alfredo Risk - Arquivo Tribuna

A Justiça de Ribeirão Pre­to marcou para 14 de junho o início do júri popular do téc­nico em informática Guilher­me Raymo Longo, acusado de matar o enteado Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, em 5 de novembro de 2013, com uma overdose de insulina – o menino era diabético.

Ele responde por homicí­dio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou defesa, além de ocultação de cadáver. De acordo com a de­cisão, a previsão é de que, de­vido à complexidade da cau­sa, o julgamento, com início previsto para as dez horas, se estenda por até duas sema­nas, até 26 de junho.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, o réu participará por meio de vi­deoconferência de dentro da Penitenciária Masculina de Tremembé, onde está detido desde 2018, ano seguinte ao de sua captura em Barcelona, na Catalunha, Espanha.

O advogado da defesa de Guilherme Longo, Antônio Carlos de Oliveira, discorda da ausência do acusado no plenário e vai recorrer da de­cisão em todas as instâncias, o que pode alterar a data do júri. Depoimentos de teste­munhas também serão exi­bidos em vídeo – alguns já foram gravados. No Salão do Júri do Fórum Estadual de Justiça não será autorizada a entrada de plateia.

Somente poderão estar presentes a juíza Isabel Cris­tina Alonso Bezerra Zara, da 2ª Vara do Júri e das Execu­ções Criminais de Ribeirão Preto, o promotor Marcus Túlio Nicolino, o advoga­do de defesa, sete sorteados entre os 25 jurados a serem convocados, dois escreventes e dois oficiais de Justiça.

Segundo decisão da juíza Isabel Cristina Alonso Be­zerra Zara, o caso de “evi­dente complexidade” deve demandar em torno de duas semanas para ser julgado em Ribeirão Preto e prevê a par­ticipação de 31 pessoas a se­rem ouvidas.

Estão na lista quatro tes­temunhas de acusação, um perito/assistente técnico da acusação, um informante da acusação, um perito/assisten­te técnico comum, três infor­mantes comuns, cinco teste­munhas de defesa, 13 peritos/ assistentes técnicos da defesa e três informantes da defesa.

A morte do menino com­pletou sete anos em 5 de no­vembro – o corpo dele foi en­contrado cinco dias boiando no Rio Pardo, em Barretos, a 100 quilômetros de onde mo­rava com o padrasto e a mãe, a psicóloga Natália Mingoni Ponte, no Jardim Independên­cia, na Zona Norte da cidade.

Nathan Castelo Branco, advogado de Natália Ponte, mãe de Joaquim, tenta der­rubar a denúncia de homi­cídio doloso que pesa contra ela. Em outubro de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que leva a júri popular a psicóloga. Os ministros ne­garam um recurso impetrado pela defesa da acusada.

Natália Ponte vai respon­der por homicídio doloso, co­metido quando há a intenção de matar, e não mais culposo. Porém, o dolo da psicóloga te­ria sido a omissão em relação ao filho, já que ela teria co­nhecimento de que o padras­to de Joaquim seria perigoso.

Guilherme Longo e Na­tália Ponte serão julgados separadamente. A decisão atende a um pedido fei­to pela defesa do padras­to. O padrasto de Joaquim foi preso em 27 de abril de 2017, no centro de Barcelo­na, na Catalunha, pelas po­lícias Federal (PF) e Inter­nacional (Interpol), e hoje está em Tremembé.

É acusado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) de matar o enteado de três anos com uma dose elevada de insulina. A criança tinha dia­betes e necessitava diariamen­te da substância para regular o nível de açúcar no sangue. Mas a aplicação de quantida­de excessiva o teria levado à morte. Longo é suspeito de ter jogado o corpo do menino no córrego Tanquinho, no Jardim Independência, Zona Norte de Ribeirão Preto.

O cadáver foi encontrado em 10 de novembro de 2013, cinco dias depois do desapa­recimento, boiando no Rio Pardo, em Barretos, a cerca de 100 quilômetros de distância. O promotor pede pena máxi­ma de 30 anos para ele, mas o tempo pode ser maior por causa de agravantes.

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